sábado, 18 de abril de 2015
Quer não
Quem manda?
Notando que os bichos todos se aquietavam como a reverenciar o gatão recém chegado, o elefante que ainda não havia decidido se aderia ou não à ultima dieta da moda, quis saber:
- Afinal, quem manda aqui floresta?
O felino encorpado deu uns passos atrás e ficou encarando o desengonçado elefante por um bom tempo. Depois mandou chamar o Levy para cuidar da economia e o Temer para cuidar da politica. Todo bicho sabe que sem economia e sem politica não há Estado que funcione.
sexta-feira, 17 de abril de 2015
Riscos Calculados
Claro que não é só a vontade de assegurar a continuação de programas que, se interrompidos ou extintos, resultará em danos irreparáveis ao povo em geral o que leva um governante a fazer o diabo numa campanha eleitoral e, por conseguinte, o seu sucessor.
A catapora das reeleições sem limites que por contágios bolivarianos grassara em alguns mapas aqui do lado debaixo do equador encontrou um Lula nadando de braçadas num segundo mandato e, ao mesmo tempo, instituições republicanas fortemente imunizadas contra qualquer quebra da ordem constitucional.
Diferente do cenário tropical em que se bronzeava o Lula foi o que se deu bem antes com Juscelino, eleito num único turno sem a exigência de maioria absoluta e que só tomou posse porque teve ao seu lado, nos golpes e contragolpes indispensáveis à ordem constitucional, o General Lott, um soldado exemplar.
Vargas, o verdadeiro criador do Estado brasileiro, pensou em Juscelino, então Governador de Minas, para sucedê-lo e, assim, não deixar caírem as conquistas sociais, dentre outras, no campo econômico e na produção industrial, que com mãos firmes e coração largo lograra implantar.
Vendo da sua janela no Palácio do Catete que uma simples greve de estudantes contra o aumento nas passagens de bondes o imobilizava no Rio de Janeiro passando incertezas ao País, Juscelino caiu fora e tratou de construir Brasília.
Brasília deu o mote do que ainda faltava em forma física ao sonho de Vargas – a inderrogável integração nacional.
A realidade dos custos arregalou os olhos dos críticos da economia, mas nem por isso, inclusive inflação alta, Juscelino decaiu na popularidade.
Tinha votos no Congresso para aprovar uma emenda de reeleição e votos populares para ser reeleito. Não aceitou. Ainda tinha capital de tempo. Poderia voltar a ser Presidente dali a cinco anos.
Juscelino, que como todo bom mineiro de bobo não tinha nada, sabia em cálculos exatos do turbilhão que viria a espalhar desafios pelo período seguinte.
Lançou o General Lott para Presidência tendo como Vice outro grande brasileiro – Osvaldo Aranha, braço direito de Getúlio. Ambos sem chances ante o Jânio, que empunhando uma vassoura prometia varrer a bandalheira.
Juscelino então calculou o risco – esse maluco ganha, não vai dar conta do recado, será melhor para eu voltar que os meus candidatos percam.
O maluco venceu e não aguentou sete meses. As esquerdas que mantinham distância do Jânio não deixaram o Jango governar. Em 1964, veio o golpe militar que deu no que deu. Juscelino foi cassado, preso, exilado, morto num acidente controvertido.
E o Lula o que fez? Pensou – eu ponho no meu lugar essa mulher que não sabe nada de politica e vou dar as cartas. Daqui a quatro anos eu volto. Nem ele deu as cartas, nem ela abriu mão da reeleição. Foi reeleita e pela Operação Lava Jato já se sabe como.
Num recente encontro à noite no Palácio da Alvorada entre Lula e Dilma na conversa entre os dois houve uma subida de tom. Ministros na sala ao lado ouviram a voz rouca, inconfundível, perguntar a Dilma – você sabe a coisa errada que eu fiz, não sabe? Foi botar você aí..."
Pensa agora Lula em voltar. Pensa.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Pause
A pausa é para ajustes de estratégias que sem sintonia fina entre a Polícia Federal e o Ministério Público desperdiçavam tempo.
Sete inquéritos abarcam os depoimentos suspensos vinculados, inclusive, a investigações em torno de Vacari, tesoureiro do PT que foi preso hoje e, ainda, de Renan e Lobão
terça-feira, 14 de abril de 2015
Maçonaria
Habemus Fachin
Embora apoiado abertamente pelo Senador Álvaro Dias (PSDB-PR), Fachin vinha sofrendo restrições do PMDB por supostas ligações com o PT e seus movimentos sociais como CUT e MST.
Depois de sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, onde pelo acordo de Renan com Dilma não sofrerá resistências, Fachin precisará ainda dos votos da maioria absoluta do plenário do Senado, o que também já lhe está assegurado.
Segundo o Senador Álvaro Dias, Fachin é um competente, suprapartidário e valorizará a Suprema Corte do País. O consagrado jurista trocará uma das mais movimentadas bancas de advocacia do Paraná por uma rotina insana de trabalho e um contracheque mensal de menos de 30 mil reais líquidos.
Canalhice
O vale tudo se aprofunda quando há alguma demora na indicação, o que enseja mais golpes entre os pretendentes e seus apoiadores, inclusive rasteiradas sem precedentes.
Há pouco se soube que um dossiê contendo votos do Ministro Mauro Campbell no STJ contra recursos, aliás, descabidos e meramente protelatórios, da Fazenda Nacional foi entregue por mãos anônimas entre aspas no gabinete da Dilma, a quem cabe única e exclusivamente escolher um nome e indica-lo à aprovação do Senado.
As cópias dos votos recolhidos num julgamento ali ou em outros acolá seriam as provas de que o Ministro Campbell não costuma votar com o Governo no STJ.
Nada mais vergonhoso, anti-republicano e canalha. A vaga aberta com a aposentadoria do Ministro Joaquim Barbosa é para ser preenchida por alguém que preencha os requisitos constitucionais – ilibada reputação moral e notável saber jurídico. Cabe à Presidente avaliar e ao Senado confirmar ou não.
Para se ter uma ideia do desmantelo institucional também nessa área tão sensível é público e notório que a demora na definição do nome para o STF tem a ver com o receio da Dilma de contrariar o PMDB no Senado.
Até aqui os julgamentos nos Tribunais Superiores do Brasil ainda estão a cargo de Juízes como Mauro Campbell, não cabendo, ainda, essa função a comissários ou delegados de facções políticas.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Assim é se lhe parece
Lá para as tantas alguém perguntou se ele era mesmo o Gene Hackman, aquele ator que sempre se sai bem quando interpreta personagens malvados. Confirmou. Sim, o Felipão era Gene Hackman.
Houve fila na mesa do restaurante de pessoas pedindo autografo e fotos. E se o verdadeiro Gene Hackman entrar aqui de repente, como vai ser? Era só no que pensava o Felipão. Isso não aconteceu.
O que aconteceu no domingo em Belo Horizonte durante a passeata do “Fora Dilma” foi que o fotografo conhecido como Beto, que já havia se tornando celebridade nesses anos todos de governos do PT tamanha a sua semelhança física com o Lula, já acostumado a posar para fotos com fãs do ex-Presidente, estava de serviço cobrindo a passeata para um jornal quando alguém apontou – olha ali o Lula, disfarçado de fotografo!
O resultado não poderia ter sido outro. Avançaram no coitado do Beto achando que ele fosse mesmo o Lula e deram-lhe tanta porrada que só com a intervenção pra valer da turma do deixa disso tudo então se esclareceu.
Coléricos
Não demorou e o Vice contando com a força do sogro achou que poderia depor Ademar.
“Para me tirarem daqui vão precisar de quatro homens fortes, mas pensando bem como sou muito pesado vão precisar de mais homens e nenhum será esse Novelli”.
Mais tarde vendo que o Presidente não dissuadia o genro da perigosa aventura, Ademar interrompeu uma reunião em seu Gabinete e indagou solene:
“Sabem como se escreve Dutra em japonês?”
Pegou uma folha de papel, escreveu e temendo estar sendo gravado exibiu em silêncio:
- Tacomkunacara...
Outro famoso por suas explosões, tendo mandado inclusive o Ministério Público tomar naquele lugar e isso bem alto para todo mundo ouvir no cafezinho da Câmara, o nosso estimado Ciro Gomes reconhece o destempero verbal como seu pior defeito como político.
Uma vez me disse que antes de se lançar em outra campanha presidencial iria fazer um curso socila de linguagem. Quer dizer, um curso de boas maneiras verbais. Para quem não sabe, socila era uma escola carioca que preparava moças ao fino trato para diversas finalidades, dentre as quais o casamento.
Agora, ainda que com algum certo atraso, ficamos sabendo hoje, através do Noblat em O Globo, de mais uma encolerizada da Dilma.
Porque não gostou do modo como um vestido seu havia sido pendurado num cabide a Presidenta teve um ataque de nervos xingando a arrumadeira de nome Jane de tudo quanto foi nome feio.
Em seguida, passou a atirar cabides contra a coitada da funcionária, a qual não deixou por menos – devolveu os cabides um a um voando... Claro que a Jane foi demitida do emprego no Palácio da Alvorada.
Como a campanha para a reeleição da Dilma iria começar, alguém se lembrou do episodio e lá se foram os marqueteiros atrás da Jane para ela não falar nada daquilo que alguns do circuito íntimo da Dilma já sabiam.
Ofereceram a Jane uma casa e um bom dinheiro. Ela topou.
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Qui mai qui tu quer?
Não tendo certeza se essa ilha foi ou não a de São Luis do Maranhão, Daniel Defoe não omite que Robinson Crusoé viveu por uns tempos no nordeste brasileiro como um próspero dono de plantações de cana – de - açúcar.
O que importa aqui é registrar o contraste.
Enquanto Crusoé teve que cumprir a pena de cinco anos de degredo numa ilha onde faltava tudo, tendo ele que viver se agarrando aos gatos que usava como escudos contra os ratos cuja população só aumentava a cada dia, os que por aqui foram aportando, incluindo nós outros, e hoje já somamos um milhão na demografia, nunca tivemos, nem temos hoje, absolutamente nada do que nos queixar.
Muito sol, muita chuva, muita praia, muita alegria, dentro da ilha e no seu derredor é tudo muito farto.
Só os que não sendo cegos que nem eu, mas que exatamente por isso insistem querendo enxergar demais, se queixam da farta de água, da fartura dos mosquitos e das muriçocas, da farta de iluminação publica nas ruas por onde ninguém passa mais, da farta de transportes, da farta de limpeza publica, da fartura de buracos, da farta de empregos, da farta de segurança, da farta de vagas nas escolas publicas, da farta de atendimento nos hospitais, da farta de dinheiro para comprar remédios, só esses doentes acometidos de incapacidades para silenciarem suas aspirações cidadãs, não se fartam nessas farturas.
Só esses tarrabufados que nem eu que se embebedam de idéias por aqui de há muito decaídas como as republicanas e outras defasadas chamadas de democráticas, falando em alternância no poder, talvez pensando que por serem maioria quase absoluta nas contas demográficas acham que podem dar algum palpite nas coisas.
A ilha não é deles. Mas quem somos nós, primos?
E o que fazer se a ilha faz parte do Maranhão, portanto muito bem representativa para ser a Capital desse estado de coisas?
Isso me faz lembrar o nosso querido e o não menos saudoso Professor Solano, dono do Ateneu, quando uma vez de dedo em riste para o meu nariz me fez lembrar que o colégio era dele e que os estatutos que eu invocara na condição de Presidente do Grêmio dos alunos eram ele, e ponto.
O que querem mais? Não já alcançaram a ilha? Já não assistem novela de graça, não tem carnaval de graça, regue de graça, opa regue de graça não, bumba meu boi de graça, já não são feitos de bobos e tratados como idiotas de graça?
Não já moram na ilha respirando essa brisa inigualável e se enlevando pelos encantos encantadores e também de poetas, de jovens mucuras e de velhas raposas em domínios nunca dantes imaginados? Alguns podem até se candidatar às proximas eleições ainda que só para não as vencerem, mas e daí podem ser candidatos, e então o que querem mais?
Como pergunta o Baleiro na canção, - qui mai que tu quer? Cachaça, samba, viola, mariola, gaita, fumo e muier? Qui mai qui tu quer?
Dizer que ama é para uns doentes uma forma de mascarar a dependência.
Quando dizemos ao mundo que só não abandonamos a ilha indo nos embora para bem longe dos donos daqui porque a amamos demais estamos, sim, na verdade, mascarando essa nossa dependência talvez já bastante doentia.
Dependência dessas coisas do presente cotidiano nos mesmos cenários e onomatopéias que nos entristecem e nos revoltam, mas também nos divertem.
Quem é que está muito doente de loucura abissal para querer ir se embora agora de vez desta ilha do amor, gente?
quinta-feira, 2 de abril de 2015
Reinaldo para o STJ
Do apurado, prevaleceu a sugestão do ex-Presidente José Sarney e o nome que será publicado amanhã como o indicado à sabatina e depois à maioria absoluta do plenário é o do Desembargador Federal Reinaldo Soares Fonseca, 52 anos, maranhense de São Luis.
Não há duvidas que o Desembargador Reinaldo pulará sem dificuldades as duas fogueiras que serão acesas contra a Dilma no Senado.
De uma família bem estruturada e muito querida, Soares pelo lado da mãe professora e Fonseca pelo lado do pai advogado de muito prestigio e juiz eleitoral pela classe dos juristas, Reinaldo é do tipo respeitoso, muito bem educado, conciliador como convém a um bom juiz, sendo um dos mais cultos operadores do direito da sua geração.
Foi Procurador em Brasília, Professor de Direito e Juiz Federal no Maranhão. Por merecimento foi promovido a Desembargador Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. É doutor em Direito devendo acrescentar seu conteúdo doutrinário e senso prático de Justiça numa das Turmas especializadas em Direito Penal do STJ.
Mesmo que seja aprovada a PEC da Bengala, que reduzirá a marcha da fila para as expulsórias do serviço ativo, Reinaldo Fonseca, porque ainda é muito jovem, será o segundo maranhense a presidir a principal Corte infraconstitucional do País.
quinta-feira, 19 de março de 2015
A Palmatória das Ruas
A farofa que ela espalhou no ventilador da economia, o que acabou levando o País a temer o dia seguinte, sobraria para o Lula caso fosse ele o eleito ou para outro da oposição em condições ate mais cômodas de limpar o cenário.
Não se recandidatando não só estaria no lucro como também iria usufruir na história as loas pelo bom exemplo de desprendimento pessoal às etéreas conquanto solúveis missangas do poder.
Lula só por ser o candidato a sucedê-la nunca diria o que tem pensado ultimamente em arrependimentos algumas vezes em voz alta. Muito ao contrário discursaria louvações ao seu charme de mulher brasileira.
Na sala de espera de um gabinete num Tribunal encontrei um experiente advogado radiante com a Presidenta que, horas antes, acabara de conhecer pessoalmente numa audiência que ela concedera a uns dirigentes da OAB.
Na avaliação do colega, a mulher que aparece durona passando tanto insegurança quanto arrogância quando fala na televisão é outra sem nada a ver com aquela que ele acabara de conhecer na audiência.
Contou que a mulher é uma pessoa humilde, que ouve e anota, deixando o interlocutor à vontade e seguro de que ela está mesmo dedicando toda a atenção ao momento. E olha que esse colega não é de tietagens soltas pela aí. Nem com a Gal Costa.
Mudou o natal ou mudei eu? Nem o próprio autor, Machado de Assis, nos legou resposta clara a tão sempre atual dúvida.
De fato, eu lera na véspera, em O Globo, num texto de Alan Gripp, que "se por alguma razão, um brasileiro tivesse ficado completamente fora do ar nas ultimas 48 horas não reconheceria a presidente Dilma Roussef que reapareceu ontem, depois das manifestações que levaram multidões às ruas." Etcétera.
Uai, não está sendo agora voz geral que ela tem que mudar não só os rumos da economia, mas também economizando palavrões e suavizando cinquenta tons do seu jeito de ser, melhorar seu trato com os empresários e a base aliada?
Pura maldade com uma pessoa que nunca pensou em ser Presidenta e porque nunca pensou nisso também nunca se preparou para isso.
Se a Presidenta fosse uma atriz de novela e estivesse encarnando um papel, por exemplo, de menina malvada, talvez até convencesse mais.
Ora, ninguém muda ninguém da noite para o dia no que a pessoa carrega, desde a infância, dentro de si no seu jeito de ser, de pensar e de agir.
Mas a ordem do criador, no caso o Lula, é amansar lapidando a criatura. Talvez seja o caso de pedir autorização ao Brizola para mandar de volta o Darcy Ribeiro.
-o0o-
quarta-feira, 4 de março de 2015
Tudo Embaralhado
Chova ou faça sol eles se alternam compondo a mesma paisagem. Quem estando em Brasília pela primeira vez resiste à ideia de um selfie com eles, os Dragões da Independência, ao fundo?
Quando os ventos escasseiam e a secura se impõe ao clima do planalto há, em cada rodizio entre os Dragões, um deles desmaiando. Fazem um trabalho difícil, quase de estátua. E como é difícil ser estatua...
Embora vistos de longe até pareçam estátuas, mas são gente em carne e osso e neurônios. Noventa bilhões de neurônios se entendem ou não uns com os outros em cada cérebro daqueles.
Li que as conexões entre os neurônios, chamadas de sinapses – e elas somariam mais de cem trilhões – podem determinar ao nosso cérebro reações de êxtase ou de inibição.
O ponto de equilíbrio é o controle emocional, também chamado de freio por ser o que nos impede de num impulso transpor fronteiras como as da razão, da ética, da moral, da tolerância.
Não nos tem passado despercebidas no cenário nacional desta atual Pátria Educadora situações no mínimo inusitadas a nos levarem a uma busca obrigatória para entendermos o que realmente está acontecendo, até mesmo para nos imantarmos de alguma certeza de que não somos nós os menos certos.
No campo da psicologia há quem afirme que o maior ou menor numero de sinapses nos cérebros das pessoas tem a ver com o exercício profissional de determinados afazeres.
A pesquisa de James E. Black, porem, não assegura se o trabalho extra, aquele que se faz fora do campo estritamente profissional, desencadeia novas sinapses ou se os que as tem em maior quantidade são os que se sentem mais atraídos a ações mais desafiadoras.
O soldado do Batalhão da Guarda Presidencial, também conhecido como Dragões da Independência, disse que nunca havia pensado nisso antes, mas que pela primeira vez sentiu uma vontade irresistível de roubar alguém. Daí planejou o assalto.
Pegou um revolver de brinquedo e sem pensar mais em nada, movido apenas pelo piloto automático do cérebro, escolheu a vitima. Anunciou o assalto e o assaltado se anunciou como Delegado da Policia Federal e lhe deu voz prisão, entregando-o à Delegacia mais próxima.
O soldado tem 21 anos de idade. Está preso agora no batalhão da Guarda Presidencial e após o inquérito administrativo que concluirá por sua expulsão, o que será de sua vida?
Com a breve biografia manchada por um antecedente desse jaez precisará, com certeza, de tratamento psiquiátrico adequado que o restituirá à sociedade devidamente ressocializado.
O erro do jovem Dragão foi, talvez, acreditar que de tanto ler e ouvir falar em traficâncias dos grandes ele também, embora sendo um menor na hierarquia do poder, embora sendo um guardião da entrada do Palácio do Governo, poderia ele também inventar a sua própria contribuição ao atual momento.
A propósito, sabes como reagiu ao ser preso o ultimo diretor da Petrobrás?
- Que País é este?
-oOo-
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Sob a força da grana
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
O Rei e a Rainha
Conhecida também como Reclamação, filha da deusa Nix e de pai desconhecido, Momo personificava a noite.
Contam os etimólogos que os romanos escolhiam três dias a cada ano para uma grande festança tendo como lema o seja você quem for, seja o que Deus quiser. Em torno de uma enorme vala faziam churrascos, vindo dessa vala da carne chamada carnivália a palavra carnaval.
Para o governo do carnaval os romanos elegeram Rei a deusa Momo dos gregos. Não era bem um Rei encarnado num homem, mas originariamente uma mulher que com o passar do tempo, aí sim, se assumiu e alcançou.
A condição de elegibilidade para Rei Momo era ser militante, defensor do Império de César, dono de insuspeitável alegria, irradiante simpatia e muito bonito. O que para estas paragens não chega a ser o caso.
Tempos depois uma reforma eleitoral feita às pressas, no maior casuísmo, tornou inelegível quem não pesasse no mínimo 120 quilos, exigindo-se a vistosa obesidade também para as candidatas a Rainha Momo.
Tudo isso ideia, já naquele tempo, da bancada do agro negócio e de um pessoal da OAB do Maranhão sob a justificativa de que o sobrepeso simboliza a fartura, o dólar em queda, a inflação controlada, o real valorizado, os salários com poder de compra, enfim, o crescimento da produção, inclusive a industrial.
Mas como isso tudo foi sumindo do cenário e constatando-se que metade da população do País está obesa, o que só aumenta as despesas do governo e dos planos de saúde, a primeira condição de elegibilidade para os tronos de Rei e de Rainha do carnaval foi revogada, determinando-se que os candidatos agora tem que ser magros na proporção da altura e do peso.
Ora, quem sob a visibilidade geral inerente ao Poder, Rei ou Rainha, Presidente ou Presidenta de qualquer coisa, não tem que se mostrar como símbolo do bom exemplo?
Quando algum ungido para alguma altura diz que não gosta de ler livros e que seu primeiro e único diploma na vida foi o que lhe permitiu ascender a curaca, qual a criança que depois disso vai querer ir para a escola?
Vale também para o Rei Momo e Rainha Momo, enquadráveis na lei ficha suja da obesidade, caso não se apresentem magros e sarados. Casal de monarcas obesos é o mesmo que dizer às crianças – bebam mais refrigerantes, comam mais batata frita, comam mais sanduiches de lanchonetes...
Em Palmátria, a capital de um País descoberto pelo poeta Tribuzi no ultimo século, houve há pouco uma grande confusão na escolha do novo Rei e da nova Rainha Momo.
Quando tudo parecia seguir nos conformes dos previamente combinados, como sói acontecer igualmente no Maranhão, sabendo-se antemão nos bastidores quem seria a Rainha Momo eleita, eis que desponta uma morena que parecia saída de uma tela do Di Cavalcanti.
Alta, esguia, dedos de pianista, sorriso cativante, daqueles de encarcerar doleiro e até diretor da Petrobrás, dir-se-ia que era a reencarnação da modelo do gênio pintor, a Marina Montini.
Ah o júri não gostou. Seria a revogação do que havia sido negociado antes.
Esgotados todos os argumentos, um inflamado jurado saiu com mais este:
- Esta candidata é muito alta, gente. E mulher alta cansa.
- Quem falou que mulher alta cansa? Quis saber outro jurado.
– Ora, o Sarney...
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Ou dá ou desce
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Isto aqui, o que é?
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Uma Mulher na História
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Levas e Coisas
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
Nós, os Cristãos
As grandes jornadas em favor do bem começam com poucos. E se querem propagar ideias novas, induzindo as pessoas a pensarem diferente, as resistências se redobram, as perseguições são implacáveis.
Naquele tempo, Jesus marcava a diferença entre os seus irmãos judeus que, acumpliciados com os romanos que dominavam por inteiro a Judeia, se mantinham presos ao passado e sem percepção para os sinais do céu.
Então, depois de muitas desobrigas pela Galileia ensinando o novo Evangelho nas suas sinagogas, e tendo a acompanhar-lhe muita gente dali e da Decápode, e de Jerusalém, e da Judeia, e de além do Jordão, eis que ele subiu a um monte e sentado falou aos apóstolos:
“Bem - aventurados sereis quando vos injuriarem e vos perseguirem e mentindo disserem contra vós todo mal por minha causa. Alegrai-vos e exultai porque assim também perseguiram os profetas que existiram antes de vós. E grande será a vossa recompensa nos céus.”
“Vós sois o sal da terra. E esse sal se desvirtuar com que então se salgará? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte nem se acende um candeeiro deixando-o num canto da casa, mas num alto para que, assim, dê luz a todos os que estão na casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens.”
“Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Porém, eu digo-vos: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e vos caluniam para que sejais filhos do vosso Pai, que está nos céus, o qual faz nascer o seu sol sobre bons e maus, e manda a chuva sobre justos e injustos. Porque se amais somente os que amam, que recompensa haveis de ter?
Não fazem os publicanos também o mesmo? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também assim os gentios? Sede, pois, perfeito assim como vosso Pai é perfeito”.
“Não julgueis para que não sejais julgados porque segundo o juízo com que julgardes sereis julgados; e com a medida com que tereis medido vos medirão também. E por que vês tu a aresta no olho do teu irmão e não vês a trave no teu olho? Ou como dizes ao teu irmão deixa-me tirar-te do olho uma aresta, tendo tu no teu uma trave? Hipócrita, tira primeiro a trave.
“Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos a vossas perolas para que não suceda que eles as calquem com os seus pés e que se voltando contra vós vos dilacerem”.
“Entrai pela porta estreita porque longo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram por ela e estreita é a porta e apertado o caminho que conduz à vida e quão poucos os que acertam entrar”.
Aqui não há o Sermão na integra. Mas apenas algumas passagens dentre as que desde adolescente as tenho na memória.
Minha intenção é apenas lembrar que o menino Jesus cujo nascimento o mundo cristão festeja hoje cresceu na contramão dos maus costumes prevalecentes e repudiando a mentira, pregando a verdade, alertando o mundo, como ainda o faz, contra os perigos do mal e nos incitando a pratica dos princípios morais que já norteiam grandes porções da humanidade.