sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Trump envia dois submarinos nucleares para áreas próximas à Rússia

A ordem vem em resposta a uma série de ameaças do ex-presidente russo Dmitry Medvedev.

Um submarino nuclear dos EUA, em 2023, em Port Canaveral, Flórida.(Imagens SOPA/LightRocket via Getty Images)

Donald Trump ordenou o envio de dois submarinos nucleares para áreas próximas à Rússia em resposta a uma série de ameaças "muito provocativas" feitas pelo ex-presidente russo Dmitry Medvedev, revelou o presidente americano em sua plataforma de mídia social, Truth. Medvedev é agora vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional em Moscou.

“Ordenei que dois submarinos nucleares fossem posicionados nas áreas apropriadas, para o caso de essas declarações selvagens e incendiárias irem mais longe”, escreveu Trump. “Palavras são muito poderosas e muitas vezes podem desencadear consequências indesejadas. Espero que este não seja um desses casos”, acrescentou o presidente dos EUA.

Medvedev acusou Trump esta semana de desencadear um "jogo de ultimatos" e apontou que a Rússia possui armas nucleares, como parte de uma série de declarações, respostas e contra-respostas ao americano após o republicano anunciar um prazo de 10 dias para Moscou aceitar um cessar-fogo na Ucrânia. Caso contrário, Trump ameaça impor tarifas pesadas ao Kremlin e seus parceiros comerciais. O presidente americano garantiu que enviará seu negociador Steve Witkoff a Moscou para tentar obter a aprovação do Kremlin para um cessar-fogo, uma meta que Trump havia prometido durante a campanha eleitoral que alcançaria em 24 horas se fosse eleito presidente.

“Trump está jogando o jogo do ultimato com a Rússia: 50 ou 10 dias... ele deveria se lembrar de duas coisas. Primeiro: a Rússia não é Israel, nem mesmo o Irã. E segundo: cada novo ultimato é um passo mais perto da guerra. Não entre a Rússia e a Ucrânia, mas com seu próprio país”, escreveu Medvedev no X, a antiga conta do Twitter, tendo se tornado um dos falcões mais visíveis nos círculos do Kremlin.

Até o momento, a Rússia não deu nenhuma indicação de sua intenção de cumprir o prazo imposto por Trump. O americano, que se alinhou a quase todos os argumentos do presidente russo Vladimir Putin em relação à guerra e tem sido um crítico ferrenho do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, já havia ameaçado impor sanções a Moscou se o país não aceitasse um cessar-fogo, embora, em todas as vezes em que o fez, tenha prorrogado o prazo ou simplesmente deixado expirar.

Em outra mensagem sobre a Verdade, também nesta sexta-feira, Trump afirmou que quase 20.000 soldados russos morreram neste mês na guerra na Ucrânia. Até agora neste ano, 112.500 morreram, segundo dados do presidente.

“Muitas mortes desnecessárias!”, disse o republicano, acrescentando que a Ucrânia, que luta para repelir a invasão russa, “também sofreu muito”. Segundo Trump, o país ocupado “perdeu aproximadamente 8.000 soldados desde 1º de janeiro de 2025, e esse número não inclui os desaparecidos”.

Macarena Vidal Liy, de Washington - DC para o EL PAÍS, em 01.08.25

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