O país nórdico, membro da União Europeia, mas não da OTAN, vive sob a ameaça de Moscou após a invasão da Ucrânia
O presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estiveram nesta sexta-feira na Casa Branca (PETE MAROVICH / PISCINA (EFE)
A relação de defesa entre os Estados Unidos e a Finlândia é agora mais crucial do que nunca, depois que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro. Nesse cenário, Joe Biden recebeu o presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, na Casa Branca nesta sexta-feira para falar sobre como fortalecer a aliança bilateral de defesa após a agressão russa. Finlandia, segundo país europeo -después de Ucrania- con más kilómetros de frontera con Rusia, no es miembro de la OTAN, pero mantiene estrechos lazos con la Alianza Atlántica y tras el ataque de Vladímir Putin está subiendo el apoyo entre los finlandeses por ingresar en a organização.
Ambos os presidentes apareceram muito brevemente diante da imprensa pouco antes de iniciar sua reunião no Salão Oval. Tanto Biden quanto Niinisto expressaram sua solidariedade ao povo ucraniano. O presidente democrata declarou o compromisso da Casa Branca em ajudar a Finlândia a se defender, já que o conflito na Ucrânia despertou novas preocupações em alguns países europeus, como Finlândia e Suécia.
Biden deixou aberta à imprensa a possibilidade de a Finlândia formar uma aliança mais próxima com a OTAN, neste momento o país nórdico coopera com a Aliança, mas não é membro. Pouco antes, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, não quis esclarecer durante a sua conferência de imprensa diária se os Estados Unidos apoiariam a entrada da Finlândia na organização atlântica, assegurando que esta decisão depende de todos os estados membros da aliança.
Quando entramos no nono dia de uma guerra que já provocou milhares de mortos e feridos, além de um milhão de refugiados, o presidente dos Estados Unidos foi contundente ao declarar que "o ataque à Ucrânia foi também um ataque à segurança da Europa. “A Finlândia é um parceiro chave dos Estados Unidos, um forte aliado também em questões de defesa e um aliado da OTAN, especialmente no que diz respeito à força e segurança da área do Mar Báltico”, acrescentou Biden enquanto verificava algumas notas que carregava.
O presidente Niinistö saudou a oportunidade de discutir questões atuais com o presidente dos EUA "nestes tempos muito difíceis". O finlandês também agradeceu ao americano pela “liderança” exercida nesta crise. Niinistö também disse que o povo ucraniano "luta corajosamente por seu país". Niinisto pediu na quinta-feira para "manter a cabeça fria" em meio a uma situação tão difícil no velho continente. "Em meio a uma crise aguda é muito importante manter a cabeça fria e avaliar cuidadosamente o impacto em nossa segurança", disse o presidente do país escandinavo de 5,5 milhões de habitantes e membro da União Europeia.
Na semana passada, dois dias após o início da invasão russa da Ucrânia, o Kremlin denunciou os esforços desenvolvidos pelo Ocidente para incluir a Finlândia e a Suécia na Aliança Atlântica, países conhecidos pela sua neutralidade, e alertou para as graves consequências que a entrada destes países na OTAN. “É evidente que a entrada da Finlândia e da Suéciana OTAN, que é sobretudo um bloco militar, teria graves consequências político-militares, que exigiriam uma resposta do nosso país”, alertou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, María Zajárova, em entrevista coletiva. O representante da diplomacia russa salientou que Moscovo estava a par dos "esforços da NATO e de alguns países membros do bloco, sobretudo os Estados Unidos, para incluir a Finlândia e também a Suécia na Aliança".
Ao final da aparição diante da imprensa, Biden ousou fazer uma piada, apesar da gravidade da situação mundial, e disse que seu antecessor no cargo, referindo-se a Barack Obama e não a Donald Trump, considerou que tudo seria melhor se o mundo ficou nas mãos dos países nórdicos. O presidente finlandês apenas sorriu ao dizer: "Bem, não temos o hábito de começar guerras".
Yolanda Monge, de Washinton, DC, para o EL PAÍS, em 04.03.22.
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