sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Moro quer dar independência funcional para diretor-geral da PF

Programa de governo de ex-juiz deverá defender modelo parecido ao de diretores de agências

O pré-candidato a presidente Sergio Moro, durante encontro com estudantes em Teresina (PI) - @Sérgio Moro no Twitter

O pré-candidato a presidente Sergio Moro (Podemos) defenderá, em seu programa de governo, independência funcional para o diretor-geral da Polícia Federal, nos moldes da que já existe atualmente para o comando das agências reguladoras, por exemplo.

A ideia é que o diretor tenha mandato fixo e seja sabatinado pelo Senado, eliminando assim a possibilidade de ser afastado pelo presidente da República ou ministro da Justiça.

Moro acredita que, com isso, será possível evitar episódios de pressão política sobre o órgão, como ele apontou no caso que levou à sua saída do governo, em abril de 2020. Na ocasião, o então ministro acusou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de querer mudar o comando da PF para blindar investigações sobre sua família.

O ex-juiz tem usado a posição da Anvisa no caso das vacinas como exemplo. A agência tem resistido a pressões de Bolsonaro contra a vacina.

O tema está sendo debatido por uma comissão de profissionais do Direito que preparam uma proposta para segurança, combate à corrupção e reforma do Judiciário.

A discussão ocorre em meio a um embate entre o ex-ministro e a atual direção da PF, que acusou Moro de mentir sobre críticas que fez ao trabalho da polícia nos últimos meses.

Publicado originalmente no Painel da Folha de S. Paulo, em 18.02.22. Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Juliana Braga.

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