segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Antecipando o Hidrogênio Verde

 Por Luiz Raimundo Carneiro de Azevedo

Tenho lido e ouvido falar muito bem da futura implantação de Usinas produtoras de Hidrogênio Verde no Nordeste, Maranhão incluso . 

Porque VERDE se existem tantas outras cores? Explicam os doutos 

- “verdes porque produzidos por fontes “ limpas” do tipo eolica, solar e hidráulica .Aceito o argumento. 

Penso então , como antecipar a vinda do tal do Hidrogênio combustível verde? 

A resposta parece óbvia : 

1- Investindo “de com força “nas fontes renováveis ; a Empresa de Planejamento de Energia -EPE sinaliza que até 2035 as fontes eolicas e solar podem responder por 45 % da matriz elétrica brasileira - 

O Nordeste é muito bom de sol e vento e o Maranhão tem tudo para ser bem sucedido nesse mister e também na produção de ETANOL, diz um estudo ( de capa verde) produzido pela ESALQ .                  

2-Os governos , estadual e municipais devem dar o bom exemplo dando prioridade a eficiência energética dentro de padrões internacionais, nos seus novos prédios públicos, principalmente nos itens de Ar condicionado, geladeira e outros que utilizam energia elétrica devem aderir ao padrão PROCEL, evitando-se compras governamentais  fora dos padrões aceitáveis.  

Por outro lado o projeto das instalações elétricas e sanitárias desses próprios deverá obedecer as normas que conduzam a eficiência energética desejada, todos esses expressos com clareza e rigor técnico nos Editais de Licitação A economia nas faturas de energia será relevante.                    

3- De máxima importância o fortalecer do Sistema de gestão integrada dos recursos hídricos, dotando os Comitês de bacias hidrográficas com pessoal técnico e recursos da tecnologia aplicável.  Agora com o 5G e o uso da Inteligência Artificial e da Internet das Coisas ficará mais eficiente e de pronta resposta essa integração racional das bacias hidrográficas, com um bom monitoramento das séries de chuvas, das estatísticas mais confiáveis das vazões dos rios, da poluição dos mananciais e do controle do resfriamento das usinas térmicas. O Agribusiness e a Agricultura familiar serão grandes participes e beneficiários           

4- O Ceará começou muito bem essa trajetória de controle de seus recursos hídricos, lembro das palestras do Engenheiro Ariosto Holanda, no entanto parece agora que vem arrefecendo isto. Soube que as Usinas térmicas PECEM I e II consomem água suficiente para abastecer uma cidade de 600 mil habitantes e é crítica a escassez de água na Bacia do Rio Jaguaribe no Ceará (como o é no Rio São Francisco) fato que gera elevados custos, estes repassados aos consumidores .  

O governo e a indústria do Maranhão devme insistir quanto a : 

1- dotar o Estado de um mapa solar e outro eólico e com essa ferramenta ir a EPE e cooptar empresas do setor a vir até aqui e instalar seus projetos com segurança Jurídica e estabilidade fiscal 

2- Estabelecer uma política de compras amigável com relação a eficiência energética e ao controle das emissões de CO2 , desde o projeto ,no acompanhamento da execução destes e do uso da água nos prédios Públicos  O exemplo vindo de cima   

3- fortalecer os comitês de bacia hidrográfica dotando-os de recursos técnicos e aprimorando seus bancos de dados e monitoramento / controle cada vez mais eficientes   

4- Imitar as experiências exitosas de controle dos usos dos recursos hídricos e aprender com o erro dos outros , por vezes oculta dos e que geraram danos apreciáveis por falta de planejamento e contumaz uso de “soluções emergenciais “  Espero que os próximos dirigentes pensem e ajam nesse senso.

Luiz Raimundo Carneiro de Azevedo é Engenheiro Civl, conselheiro do Brasil Export e consultor da Universidade Ceuma.

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