Os ataques à doutora Ludhmila Hajjar revelam de forma transparente a ação da milícia digital bolsonarista que tem origem, e fonte de alimentação, no gabinete do ódio onde atuam assessores presidenciais.
A médica foi alvo de ataques, ameaças e mentiras porque não queriam que ela fosse a escolhida.
Ao ser informado disso pela própria médica, o presidente Bolsonaro disse “isso faz parte”. Essa frase já mostra sua cumplicidade com esse tipo de atuação dos seus apoiadores. Os movimentos não são espontâneos, eles têm origem no próprio governo.
A polícia precisa investigar isso, de forma independente, porque é crime. Ela disse ter recebido ameaças de morte. Se isso não for investigado o perigo é para a médica e para a sua família, mas é também uma ameaça à democracia brasileira.
Essa milícia influencia o presidente e é comandada pelos assessores do presidente. Essa simbiose precisa ser entendida para a proteção de todos.
Míriam Leitão é comentarista de economia e política n'O Globo. Comentário publicado originalmente n'O Globo, em 16.03.2021.
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