quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Trump pede que invasores saiam do Congresso dos EUA, mas volta a dizer que eleição foi roubada

Grupo entrou no Capitólio nesta quarta-feira (6) durante recontagem oficial dos votos do Colégio Eleitoral para impedir confirmação da vitória de Joe Biden.

Horas depois de seus apoiadores terem invadido a sede do Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira (6), o presidente Donald Trump pediu que os manifestantes deixassem o local, mas voltou a dizer que a eleição foi roubada. "Vocês precisam ir para casa", declarou em um vídeo divulgado em rede social (assista acima). Na disputa presidencial realizada em novembro, ele foi derrotado por Joe Biden.

Os invasores entraram no Capitólio, em Washington, durante a contagem oficial dos votos para as eleições presidenciais e queriam impedir a confirmação da vitória de Biden – ele ganhou no Colégio Eleitoral por 306 contra 232.

"Conheço sua dor. Tivemos uma eleição que foi roubada de nós", declarou Trump no discurso. "Mas vocês precisam ir para casa. Precisamos ter lei e ordem." Ele também afirmou não querer "ninguém ferido", mas voltou a falar em "eleição fraudulenta".

Momentos antes da invasão ao Congresso, o presidente havia dito que marcharia junto com os manifestantes. "Eu estarei com vocês. Vamos andar até o Capitólio e felicitar nossos bravos senadores e congressistas", disse no discurso, no qual rejeitou, mais uma vez, reconhecer o resultado da eleição. Ele, porém, não foi visto na marcha.

Após a invasão, parlamentares e jornalistas relataram tiros dentro do prédio do Congresso. Segundo a imprensa americana, uma mulher foi baleada. A prefeita de Washington decretou toque de recolher na capital americana.

Veja abaixo um resumo da invasão do Congresso dos EUA:

Apoiadores de Trump invadiram o Capitólio para interromper a sessão de contagem de votos do Colégio Eleitoral.

A invasão ocorreu durante debate sobre objeção aos resultados do Arizona, onde Trump perdeu.

Senadores e deputados foram retirados do local da sessão e levados a uma área segura do prédio.

O vice-presidente Mike Pence, que presidia a sessão no Congresso, foi retirado do Capitólio.

Houve vandalismo, uma porta de vidro foi quebrada e gás lacrimogênio foi disparado pela polícia do Capitólio; guardas foram feridos.

Em redes sociais, Donald Trump pediu protestos pacíficos e confiança nas forças policiais.



Manifestantes são vistos dentro do Capitólio, em Washington, na quarta-feira (6) — Foto: Manuel Balce Ceneta/AP

Manifestantes são vistos dentro do Capitólio, em Washington, na quarta-feira (6) — Foto: Manuel Balce Ceneta/AP

Como foi a invasão do Congresso dos EUA

A sessão conjunta no Congresso dos EUA desta quarta deverá certificar a vitória de Biden como novo presidente dos Estados Unidos. Trata-se, costumeiramente, de uma formalidade na qual os votos do Colégio Eleitoral são apenas contados pelo vice-presidente diante dos parlamentares das duas casas.

Na sessão, é permitido que parlamentares apresentem objeções — ou seja, questionamentos — sobre os resultados nos estados.

A invasão ocorreu justamente enquanto Câmara e Senado debatiam se acatavam ou não uma objeção aos resultados do Arizona — tradicional reduto republicano vencido por Biden na eleição de novembro.

Manifestantes a favor de Trump cercam congresso americano — Foto: Reprodução/GloboNews

Segundo a imprensa americana, por segurança, senadores e deputados foram colocados em locais seguros dentro do prédio do Capitólio. A emissora NBC diz que o vice-presidente Mike Pence — responsável por presidir a sessão conjunta do Congresso para a contagem dos votos — foi retirado do edifício.

Na sessão desta quarta, dois aliados de Trump – Pence e o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell – rejeitaram mudar o resultado das eleições presidenciais.

Pence pediu que os manifestantes deixassem o Capitólio "imediatamente" e disse que os envolvidos sofrerão consequências legais. "Protestos pacíficos estão no direito de todo americano, mas este ataque ao nosso Capitólio não vai ser tolerado", afirmou.

Militares da Guarda Nacional foram acionados para reforçar a segurança do Capitólio. De acordo com o Pentágono, serão cerca de 1,1 mil soldados enviados a Washington.

Por G1, em 06/01/2021 18h26  

Nenhum comentário: