quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Preferência

No filme sobre os principais capítulos da sua vida, Lula Um Filho do Brasil, há um momento em que ele vira-se para Marisa e diz – adoro mulher nervosa.

O filme dirigido por Bruno Barreto já navega em polêmicas – custou muito dinheiro, dizem uns. É propaganda eleitoral escancarada, falam outros.

Propaganda eleitoral, como? Se o PT nem aparece? Argumentam os petistas. É verdade.

A ênfase do filme é a trajetória de uma mãe, Eurídice mais conhecida como Dona Lindu, e de sua relação amorosa e sofrida com os filhos, um dos quais é o Lula.

No roteiro, a história começa com a saída da família de Caetés, interior de Pernambuco, num pau de arara para encontrar Evaristo, em Santos, São Paulo. Em lá chegando, Dona Lindu descobre que o marido já tem outra mulher.

Lula me contou uma vez que a relação rompeu de vez quando Evaristo, bêbado, sacou do cinturão para lhe aplicar uma surra.

Lula e Frei Chico, seu irmão mais velho, tomavam conta de um barco do pai e o deixaram escapar. O irmão mais velho agüentou a surra.

Mas quando Evaristo partiu para Lula, o menor e mais franzino, Dona Lindu avançou, arrebatou o filho e daquele dia em diante ela não quis mais saber dele.

O filme termina quando Lula sai da prisão política, no Governo Sarney, para assistir ao enterro da sua mãe. Há um corte brusco. Na seqüencia, as cenas das suas duas posses como Presidente da Republica.

Emotivo e muito agarrado à figura materna, Lula seria grato a Sarney até hoje por ter lhe permitido deixar a prisão escoltado por policiais disfarçados para ir ao cemitério assistir ao sepultamento de sua mãe, Dona Lindu, uma mulher forte e uma mãe exemplar.

Daí a fonte e os abusos desse poder todo do atual Presidente do Senado e, por via de conseqüência, as crueldades da oligarquia decadente em terras do Maranhão.

Lula e Dilma não foram à sessão de estréia do filme no Festival de Brasília. Marisa foi e, segundo Lula, pela maneira com que ela o tratou na volta deve ter gostado muito.

2 comentários:

João Augusto disse...

Ministro, Lula com esse apego incompreensível à Dilma parece mesmo que gosta é de mulher destemperada. Lula tem adotado muito o pragmatismo na política, penso que esta união dele com o "Honorável Bandido" deve-se mais ao interesse de ter a maioria no Congresso e garantir 11 min a mais de propaganda política na TV em 2010. Lula se empenhou tanto em conseguir estes mimos que nem se furtou de vender o Maranhão para o "Honorável Incomum".

Anônimo disse...

Olá Ministro Vidigal, meus acostumados respeitos:

Quer dizer que, por conta da Dona Lindu - ou seria por conta do barco que fugiu e da surra dupla que não aconteceu? - estamos sendo obrigados a engolir o "Sapo" (fala de Brizola!) e o Camaleão do Sarcófago?
Queria dizer para o Senhor João Augusto que, nas cacimbas dos cafundós de Pernambuco (Salgueiro, Caetés, Cabrobó, Exu) e do Ceará, para aquelas bandas de Orós, Cedro, que, quando alguém está "puxando água" dessa cacimba e a corda só tem 20 metros, se lhes acrescentarem "mais" 11, o balde vai é mais para o fundo.
Temos uma grande parte desses quase 200 milhões de brasileiros que já não votam por gosto ou por outros motivos. Se muito chegaremos a 120 milhões de eleitores aptos e, desses, pelo menos 10 milhões devem não votar por um motivo ou por outro.
Ficamos com aproximadamente 110 milhões e, desses, grande parte está na faixa etária entre 16 e 30 anos. Poucos sabem da Dilma de 64 até 72. Mas a maioria já sabe quem é a Dilma que, junto com o Ministro Mané-Mago, não conseguiram ainda explicar de forma convincente o apagão. E isso, apenas e simplesmente porque não têm conhecimento técnico do assunto. E é isso que "vai para o julgamento" dessa eleitorada da faixa de 16 a 30 anos.
Muitas vezes, o cofre com segredo e tudo, atrapalha muito mais do que ajuda. Coisa de gente velha. Abraços.