sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Morre Quércia

Orestes Quércia morreu esta manhã em São Paulo, Capital, no Hospital Sírio Libanês, onde estava internado há seis dias.

Aos 72 anos de idade, Quércia vinha lutando contra um câncer de próstata que há alguns anos havia sumido e que de repente voltou neste semestre lhe interrompendo a campanha para Senador.

Lúcido, renunciou à candidatura declarando apoio a Aloísio Nunes Ferreira, que ao final se elegeu, sendo o mais votado. E passou a cuidar só da sua saúde.

Diz-se que as qualidades de uma pessoa pública só lhe são ressaltadas depois que ela morre.

É o caso de Quércia.


Combatido a vida inteira por causa do patrimônio pessoal que amealhou como homem de negócios, Quércia agora é lembrado como um dos mais importantes resistentes ao regime militar e como excelente administrador ao tempo em que governou São Paulo.

Começou como jornalista, Vereador em Campinas, Deputado Estadual, Prefeito de Campinas e ainda jovem, na casa dos 40, se elegeu Senador em confronto aberto com o regime militar pregando como plataforma a revogação de todos os atos institucionais, as eleições diretas e a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte.

Foi Vice Governador de Franco Montoro e em seguida Governador, sempre no MDB o qual depois passou a ser o PMDB. Deixou o Governo para candidatar-se a Presidente da República, no ano do Plano Real, perdendo feio para Fernando Henrique, ficando muito atrás de Lula.

Quércia divergia abertamente da direção do PMDB sustentando que o partido não deveria ficar a reboque do Presidente da Republica. Defendia que o PMDB deveria ter identidade própria para crescer nacionalmente e ter candidato a Presidente da Republica.

Seu corpo será velado no Palácio dos Bandeirantes, sede do Poder Executivo estadual. Deixa viúva a médica Alaíde e duas filhas.

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