quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Morre Kirchner

Nestor Kirchner, ex Presidente da Argentina, que morreu esta manhã, aos 60 anos de idade, em Calafate, na Patagonia, começou na política como líder estudantil e tão logo se formou em Direito entrou na política partidária, filiando-se ao Partido Justicialista, fundado por Perón.

Seu primeiro cargo eletivo foi o de Prefeito de sua cidade, Rio Gallegos, em Santa Cruz, quando já casado com Christina Fernandes, também advogada, planejou com antigos colegas da militância estudantil a ascensão do grupo ao plano nacional até chegarem à Presidência da República.

Nestor Kirchner foi eleito Governador duas vezes em Santa Cruz, sua província natal, enquanto Christina, à frente de um escritório de advocacia, especializado em direito imobiliário, cuidava das rendas do casal.

Quando ela se lançou ao plano nacional, primeiro como Deputada Federal e depois como Senadora, os dois já exibiam considerável fortuna pessoal.

Após a renúncia de Fernando de La Rua, o recém eleito que não conseguiu liderar o País ante às dificuldades da economia, e com o termino do mandato tampão de Eduardo Duhalde, Nestor Kirchner desafiou Carlos Menen, o ex Presidente que buscava um terceiro mandato.

O sistema argentino permite mais de um candidato sob uma mesma legenda e assim os dois disputaram sob o manto justicialista-peronista, não tendo Menen alcançado maioria absoluta, obtendo votação ridicula.

Querendo evitar humilhação maior no segundo turno, Menen renunciou e Kirchner em segundo lugar, mas também com porcentagem pequena, continuou e foi, surpreendentemente eleito, como num golpe de sorte, o Presidente de uma Argentina envolvida com as maiores taxas de inflação, desemprego e inadimplência internacional.

El Pinguim, como era conhecido, apesar do físico grandalhão e só o rosto com os olhos meio esbugalhados é que lembra aquela ave do gelo patagônico, renegociou a divida externa, debelou a inflação, restabeleceu os empregos.

A Argentina passou a crescer a taxa de 9% ao ano e o Presidente ficou tão forte popularmente ao ponto de retomar os julgamentos dos militares acusados de violações dos direitos humanos nos tempos da ditadura.

Em maio de 2007, o popular Nestor Kirchner passou a Presidência do País para sua mulher Christina Fernandez, a qual não seria candidata à reeleição por causa do enorme desgaste político que sofre. Nestor é quem estava com tudo para retornar.

Em política mais que em outros universos, um enfarte fulminando uma pessoa, de repente, muda tudo.

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