quinta-feira, 30 de julho de 2009

Fortes Indícios

O Instituto Mirante, a ONG de Fernando Sarney, ainda segundo O Globo, hoje, usou empresas ligadas à sua família para justificar o uso de mais da metade dos recursos oriundos da Eletrobrás.

"Só a TV Mirante emitiu recibos no valor de R$ 67 mil, a título de venda de publicidade para os dois projetos.

A Rádio Mirante teria recebido R$ 7,2 mil, e a Gráfica Escolar, R$ 6 mil.

A lista de notas inclui até a Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês (Abom), uma das ONGs da família suspeitas de desviar recursos públicos. A Abom emitiu duas notas no valor total de R$ 9 mil.

O processo também revela a existência de mais uma suposta empresa fantasma ligada à família Sarney: o Centro Brasileiro de Produção Cultural (CBPC), que emitiu notas fiscais no valor de R$ 27 mil para o Instituto Mirante.

O endereço declarado pelo CBPC à Receita Federal é o mesmo em que funcionam, em São Luís, a TV Mirante, o jornal "O Estado do Maranhão" e o próprio instituto que captou o dinheiro.

Nas notas fiscais, aparece outro endereço suspeito, visitado ontem pelo GLOBO. Lá funciona, desde 2006, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Maranhão.

Outro indício de fraude é um recibo assinado por Fábio Henrique Gomes Aguiar, que se apresenta como responsável pelo CBPC.

Fernando Sarney enviou um ofício ao MinC nomeando Fábio como representante do Instituto Mirante junto ao ministério. Fábio é apresentado como roteirista do filme "O Dono do Mar", baseado num livro de Sarney.

Ele não foi encontrado ontem nos endereços e telefones informados ao MinC. A cópia de um dos cheques enviados ao ministério, no valor de R$ 7 mil, traz no canhoto a seguinte inscrição: "Fabão comissão".

Ontem, Diogo Adriano, ex-secretário executivo do Instituto Mirante, disse que o CBPC nunca funcionou no endereço declarado à Receita.

Inicialmente, ele afirmou não conhecer a empresa. Quando soube que os recibos eram assinados por Fábio, confirmou o vínculo, mas não soube explicar os serviços prestados pelo suposto assessor de Fernando.

— Se eu não me engano, ele colaborou em alguns projetos, mas não sei dizer quais. Mas, com certeza, a empresa dele nunca funcionou no endereço do Mirante — disse.

Sobre o fato de a maior parte do dinheiro ter parado em contas de empresas da família, foi lacônico: — São os veículos líderes daqui."

Um comentário:

Joaquim disse...

Indícios, por forte que sejam são só indícios. Não há provas contra o senador Sarney e as empresas de sua família. Num Estado democrático de direito, só há punição depois de julgamento. Folha e companhia só querem vender jornais e eleger o PSDB em 2010