Os objetivos
fundamentais da República, irremovíveis da Constituição – construir uma
sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional e
promover o bem de todos, estão aí empacados e não é de hoje.
No primeiro Governo
da Dilma já se antevia o desastre. O Brasil hoje é um País quebrado. E sem credibilidade.
A proposta de Orçamento da União para este ano, que ainda rola no Congresso
indica um rombo descomunal. As contas não fecham.
A fúria do leão da
Receita Federal sempre focando a classe média, ignorando os donos das grandes
fortunas, que sabem de olhos fechados como pagar menos impostos, não consegue
aquietar a sanha gastadora do Governo sempre relutante em reduzir o tamanho do
Estado a cada ano mais infestado pela mediocridade e mãos ligeiras da maioria
dos novos agentes.
Ouvi o Lula contar no
rádio as dificuldades das campanhas anteriores das quais saiu sempre
derrotado. Voavam num avião velho que
passada a eleição caiu na Bolívia. Agora, não (em 2002). Estava muito otimista.
O Duda Mendonça, até então marqueteiro do Maluf, aceitara trabalhar para o PT e
o Duda para ele era que nem goleiro do Corinthians - uma garantia.
O Duda começou dando
um banho de loja no antigo sindicalista do ABC, arrumando-lhe em novo visual a
barba e o cabelo, vestindo-o com ternos bem cortados, camisas sociais e
gravatas de grife combinando. Não haveria mais discurso raivoso. Só a fala
mansa do Lulinha paz e amor. E tal.
No plano politico,
Dirceu articulou adesões como a de José Alencar, senador por Minas e respeitado
conquanto bem sucedido empresário, que foi ser o Vice. Credita-se ainda a
Dirceu os apoios de dois ex-Presidentes, Sarney e Itamar.
Quando os concorrentes
passaram a bater no Lula indicando que ele não tinha nem equipe para governar,
Duda bolou a simulação de uma reunião de trabalho para o programa do PT na TV.
Um especialista de cada área. Tudo petista.
Foi aí que apareceu a
margarida, melhor dizendo, a Dilma sendo vista pela primeira vez em cadeia
nacional figurando na improvisada equipe. Trazida de Porto Alegre pelo Dirceu.
Sua especialidade? Energia elétrica. Depois, com o mensalão, ela foi para a
Casa Civil no lugar do Dirceu, mas manteve régua e compasso no Ministério das
Minas e Energias através do novo Ministro Silas Rondeau.
Tendo, a partir de então,
conhecido melhor a Dilma no dia a dia do Planalto, ninguém melhor do que o
Presidente para avaliar a sua Ministra Chefe da Casa Civil.
É verdade que Lula
ainda flertou, em máxima discrição, com a onda de reeleições sucessivas que se
alastrava por outros países do continente, a partir da Venezuela. Ao pressentir
que, não obstante sua incontestável força eleitoral a busca de um terceiro
mandato não iria colar bem, tratou logo, no maior sigilo e com muita
antecedência, de esculpir a Dilma para futura Presidente.
Problema é que a
Dilma nunca concorreu a eleição nenhuma. Como candidata anunciada, logo no seu
primeiro encontro com políticos do PMDB ganhou de presente um bambolê. Era um
conselho para que aprendesse a ter jogo de cintura.
No interior do Nordeste, por exemplo, entre o eleitorado de cabresto, incluindo os dependentes do Bolsa Família - e essa gente é quem, afora o poder econômico, ainda decide as eleições, ninguém sabia quem era Dilma. Começaram a dizer que ela era a mulher do Lula. E deu certo. Iriam votar, e votaram, na mulher do Lula.
No interior do Nordeste, por exemplo, entre o eleitorado de cabresto, incluindo os dependentes do Bolsa Família - e essa gente é quem, afora o poder econômico, ainda decide as eleições, ninguém sabia quem era Dilma. Começaram a dizer que ela era a mulher do Lula. E deu certo. Iriam votar, e votaram, na mulher do Lula.
No ano passado não
houve eleição presidencial. Houve um leilão entre financiadores de campanha,
regado a mentiras e fantasias, resultando tudo num indiscutível estelionato
eleitoral favorável ao PT. Nem Sarney no auge da popularidade do Plano Cruzado
ousou tanto. Agora, com a Lava a Jato, começamos a ver tudo mais claramente.
Errou o Lula ao
bancar para sua sucessão uma pessoa sem experiência para liderar um País com as
dimensões e complexidade politica como o é o nosso Brasil. A Dilma, pelo menos,
antes de sair do cargo já entrou na história como a Presidente mais desastrada
e autoritária entre os civis que até aqui ocuparam o cargo.
Mas agora, eis que foi preso o outro responsável direto pelo estelionato, o marqueteiro da Dilma. Quem pagou e quanto pelas mentiras que a Presidenta – candidata teve que assumir como verdades dela?