sábado, 2 de maio de 2020

Sérgio Moro presta depoimento à Polícia Federal

Ex-ministro da Justiça se apresenta em Curitiba para depor sobre acusações de interferência política na PF contra Bolsonaro, feitas ao se demitir do cargo. Presidente tacha Moro de "judas" em Brasília.

 
Ex-ministro Sérgio Moro em coletiva de imprensa (24/04/2020)

Ex-ministro Sérgio Moro em coletiva de imprensa (24/04/2020)

O ex-juiz e ex-ministro da Justiça brasileiro Sergio Moro começou a testemunhar na tarde deste sábado (02/05), no âmbito da investigação aberta contra o presidente Jair Bolsonaro, por alegadamente tentar interferir politicamente na Polícia Federal.

Moro chegou pouco antes das 14h00 à Superintendência da PF de Curitiba, cidade onde liderou, como magistrado, a operação anticorrupção Lava Jato e condenou vários empresários e políticos, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Desta vez é o ex-juiz a se submeter às perguntas de delegados da PF, sob o olhar de três procuradores nomeados para acompanhar as diligências pelo procurador-geral da República do Brasil, Augusto Aras.

Tanto manifestantes pró-Moro quanto adeptos de Bolsonaro se concentraram desde a manhã próximo à sede da polícia. Registraram-se momentos de tensão, rapidamente apaziguados pelos agentes locais, segundo a agência de notícias espanhola Efe.

O juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello ordenara na quinta-feira que Moro testemunhasse no prazo máximo de cinco dias, após as graves acusações que lançou contra Jair Bolsonaro ao se demitir. Caso se decida que não são verdadeiras, o ex-ministro poderá ter que responder por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.

Na semana anterior, Moro entregou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, que ocupava desde janeiro de 2019. Ele acusa Bolsonaro de "interferência política na Polícia Federal", na sequência da demissão do ex-chefe da instituição Maurício Leite Valeixo.

Horas antes de o ex-ministro começar seu depoimento na Superintendência da Polícia Federal, Bolsonaro se referiu a ele como "judas", à saída do Palácio da Alvorada, em Brasília. "Ninguém vai fazer nada que contrarie a Constituição. Fiquem tranquilos que ninguém vai querer dar o golpe contra mim", acrescentou o mandatário.

Antes, ele insinuara nas redes sociais que Moro impediu a investigação da punhalada recebida por Bolsonaro em 2018, durante sua campanha eleitoral, cujo autor se encontra detido desde então.

Fonte: Deutsche Welle, a emissora internacional da Alemanha. Jornalismo independente em 30 idiomas. 

Nenhum comentário: