sexta-feira, 8 de maio de 2020

Coronavírus: Brasil registra 145.328 casos, 9.897 óbitos e 55.350 recuperados

Mundo tem mais de 3,8 milhões de casos e 269 mil mortes por covid-19. ONU alerta para "tsunami de ódio e xenofobia" devido à pandemia. Bolsonaro talvez seja a maior ameaça à resposta do Brasil à doença, diz revista.

    Pessoas de máscara em Caracas
Pessoas de máscara em Caracas

Resumo desta sexta-feira (08/05):

Mundo tem 3,8 milhões de casos, 269 mil mortes e 1,28 milhão de recuperados

ONU alerta para "tsunami de ódio e xenofobia" devido à pandemia

Rússia registra mais de 10 mil novos casos de covid-19 pelo sexto dia


19:00 - Brasil registra mais 751 mortes e se aproxima de 10 mil 

O Brasil voltou a superar o recorde diário de mortes por covid-19 nesta sexta-feira, segundo boletim do Ministério da Saúde. Nas últimas 24 horas, foram registradas mais 751 mortes, depois de três dias consecutivos com mais de 600 óbitos. Com isso, o total de mortes no país desde o início da pandemia chega a 9.897. O país registrou oficialmente sua primeira morte por covid-19 em 17 de março.

O país ainda registrou 10.222 novos casos de coronavírus. É o quarto dia seguido em que o país registra uma marca superior ou próxima de 10 mil casos. O total de infectados identificados no país chega a 145.328.

15.50 - Rússia regista mais de 10.000 novos casos pelo sexto dia consecutivo

A Rússia registou hoje, pelo sexto dia consecutivo, mais de 10.000 infecções pelo novo coronavírus.

Segundo as autoridades, o país contabiliza até ao momento 187.859 casos, o que torna a Rússia no quinto país do mundo em contaminações.

As estatísticas indicam, no entanto, um número reduzido de mortos, com 1.723 óbitos, incluindo 98 nas últimas 24 horas.

Moscou, que prolongou o confinamento da sua população até 31 de maio, permanece o principal foco da epidemia na Rússia com 5.846 novos casos anunciados hoje, totalizando de 98.522.

No entanto, o aumento do número de casos nos últimos dias, segundo as autoridades, é explicado pela multiplicação dos testes efetuados - 4,98 milhões segundo a contagem de hoje - e não necessariamente por uma aceleração da propagação. 

15:40 - Itália supera marca de 30 mil mortes em decorrência da Covid-19

A Itália chegou nesta sexta-feira a um total de 30.201 mortes em decorrência da covid-19, com mais 243 óbitos registrados no boletim apresentado pela agência de Defesa Civil.

O país ainda registrou 1.327 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, metade deles na Lombardia, no norte do país, que continua sendo a região mais afetada pela pandemia.

O número total de casos desde que o vírus foi detectado na Itália, em 20 de fevereiro, é de 217.185, dos quais 99.023 já foram curados (mais de 2.700 mil entre ontem e hoje), segundo dados da Defesa Civil.

Já o número de positivos atuais, que agora está próximo aos 88 mil, também continuam em queda, com 1.663 a menos que ontem. Além disso, os pacientes hospitalizados diminuíram em menos de 15 mil, e os internados em Unidades de Terapia Intensiva (1.168), 143 a menos do que ontem.

Segundo o presidente do Instituto Superior de Saúde (ISS), Silvio Brusaferro, a curva de contágio está diminuindo. "Estamos caminhando para um número menor em todas as regiões", afirmou.

No entanto, ele indicou que até a próxima semana não será possível ter os dados relacionados ao impacto dos primeiros dias da retomada da atividade econômica e da reabertura, iniciada na última segunda-feira.

Os dados da epidemia indicam que na Itália, a taxa de contágio está agora entre 0,5% e 0,7% em todas as regiões, incluindo a Lombardia, apesar de hoje ter mais de 600 novos casos.

13:35 - Governo de SP prorroga quarentena até 31 de maio

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prorrogou a quarentena em todo o estado até 31 de maio.

"Teremos que prorrogar a quarentena até o dia 31 de maio. Queremos, sim, em breve juntos poder anunciar a retomada gradual da economia como, aliás, está previsto no Plano São Paulo. A experiência de outros países, e nós temos utilizado essas experiências aqui, mostra claramente o colapso da saúde e, quando isso acontece, paralisa tudo", disse Doria, em coletiva de imprensa.

Desde 24 de março, só serviços essenciais continuam abertos ao público no estado, como forma de conter o avanço do novo coronavírus. O prazo já foi prorrogado em datas anteriores. No último anúncio, a previsão é que a quarentena acabasse em 10 de maio.
São Paulo é o estado mais afetado pela pandemia no Brasil, com 3.206 mortes provocadas pela covid-19.

"Nenhum país do mundo conseguiu relaxar as medidas de isolamento social com a curva de contaminação em alta. Infelizmente, nas últimas semanas houve um desrespeito à quarentena, em São Paulo e em outras partes do Brasil, e o número de casos aumentou", disse Doria.

11:05 – Estado alemão testa todos os funcionários de abatedouros da região 

Um surto de novas infecções com o coronavírus numa fábrica de embalagem de carne levou o governo da Renânia do Norte-Vestfália a iniciar testes em funcionários dos abatedouros de todo o estado, nesta sexta-feira (08/05).

A fábrica em Coesfeld, próximo à fronteira com a Holanda, com cerca de 1.200 empregados, registrou 151 infectados com o vírus, dos quais 13 foram hospitalizados, informou um porta-voz do governo estadual. As instalações foram fechadas.

A secretária da Agricultura da Renânia do Norte-Vestfália, Ursula Heinen-Esser, afirmou que por toda a Alemanha se vê que "justamente nos abatedouros estão se formando hotspots de infecções". O estado ocidental fronteiriço com a Bélgica e a Holanda é o mais populoso da Alemanha, e dispõe de 35 grandes matadouros, onde são abatidos, por ano, 18 milhões de suínos e 600 mil bovinos.

Segundo o secretário da Saúde Karl-Josef Laumann, os estabelecimentos ocupam entre 17 mil e 20 mil trabalhadores, grande parte dos quais temporários vindos da Romênia e Bulgária. Os testes se concentrarão nesses funcionários, levando também em consideração suas acomodações: se as condições de higiene não estiverem de acordo com os padrões, serão impostas novas regras, anunciou Laumann.

O governador da Renânia do Norte-Vestfália, democrata-cristão Armin Laschet, é um dos líderes estaduais alemães que mais pressionam pelo afrouxamento das restrições à circulação. Foram também registradas infecções em abatedouros de outros estados alemães, como Schleswig-Holstein (noroeste).

10:41 – Lufthansa vai dobrar número de voos na Europa em junho

A companhia aérea alemã Lufthansa deverá aumentar seus voos comerciais em junho para praticamente o dobro do número atual, com 160 aeronaves que deverão transportar passageiros para 106 destinos locais e internacionais. 

Juntamente com as subsidiárias Swiss e Eurowings, a Lufthansa deverá voar para tradicionais destinos de férias de verão na Europa, como Creta ou Maiorca, no Mediterrâneo, ou Sylt e Rostock, no litoral norte alemão. Cerca de 600 aviões pertencentes à Lufthansa deverão permanecer em terra. 

A Lufthansa Group, segunda maior companhia aérea após a Ryanair, confirmou na quinta-feira (07/05) que negocia com o governo alemão um pacote de resgate de 9 bilhões de euros (cerca de R$ 57 bilhões). Em troca do pacote, o governo propôs assumir uma participação de 25% mais uma ação na companhia, além de uma vaga na diretoria. 

09:20 – China anuncia reabertura gradual de cinemas e museus

A China anunciou nesta sexta-feira a reabertura gradual de cinemas, museus e outros locais de recreação e disse que a medida é possível pois o país superou o pico de infecções pelo novo coronavírus. A reabertura, no entanto, está sujeita a restrições, incluindo a obrigatoriedade de reservas e a diminuição do número máximo de pessoas que podem visitar esses locais ao mesmo tempo.

07:35 - ONU alerta para "tsunami de ódio e xenofobia" devido à pandemia

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou nesta sexta-feira que a pandemia do novo coronavírus continua desencadeando um "tsunami de ódio e xenofobia" e apelou por esforços para combater o discurso de ódio mundo afora.

Guterres disse que um "sentimento antiestrangeiros surgiu online e nas ruas, teorias da conspiração antissemitas se espalharam, e ataques contra muçulmanos relacionados à covid-19 ocorreram". Migrantes e refugiados foram "vilipendiados como fonte do vírus e depois tiveram o acesso a tratamento médico negado", disse.

"Jornalistas, denunciantes, profissionais da saúde, trabalhadores humanitários e defensores dos direitos humanos estão sendo alvo simplesmente por fazerem os seus trabalhos'', criticou.

O secretário-geral da ONU pediu que líderes políticos mostrem solidariedade com todas as pessoas e que instituições educacionais foquem a "alfabetização digital" num momento em que extremistas miram o públicos potencialmente desesperado.

Ele também apelou às redes sociais que removam conteúdos racistas, misóginos e de outra natureza nociva. À sociedade civil, ele pediu que o contato com pessoas vulneráveis seja fortalecido. Figuras religiosa deveriam servir de "modelos de respeito mútuo", recomendou.

06:40 - Rússia registra mais de 10 mil novos casos de covid-19 pelo sexto dia 

Após transformar-se num novo epicentro da pandemia, a Rússia registrou nesta sexta-feira mais de 10 mil novos casos de covid-19 pelo sexto dia consecutivo.

Dados do governo apontam o registro de 10.669 novos casos em 24 horas, menos que os 11.231 registrados no dia anterior. O total de infecções no país chegou a 187.859.

A Rússia é agora o quinto país do mundo em número de casos, atrás dos Estados Unidos, da Espanha, da Itália e do Reino Unido.

O país também registrou 98 novas mortes pelo vírus, com o total chegando a 1.723. O número oficial de mortes por covid-19 no país segue muito abaixo do que o reportado por vários outros países, o que é questionado por críticos do Kremlin.

00:00 - Bolsonaro perdeu "compasso moral" em meio a pandemia, diz "The Lancet"

Num veemente editorial intitulado Covid-19 no Brasil: "E daí?", em que critica a gestão da pandemia do coronavírus Sars-Cov-2, a revista científica britânica The Lancet escreveu que "talvez a maior ameaça à resposta do país à covid-19 seja seu presidente, Jair Bolsonaro".

O título do texto, publicado nesta quinta-feira (07/05), destacou a declaração pronunciada por Bolsonaro depois que o Brasil ultrapassou 5 mil óbitos em consequência da covid-19, a doença causada pelo coronavírus. "E daí, quer que eu faça o quê? Sou Messias, não faço milagres", disse a repórteres, após ser questionado sobre o veloz aumento das mortes no país.

A publicação destaca que Bolsonaro "não só semeia confusão ao escarnecer e desencorajar medidas sensatas de distanciamento social e lockdown (bloqueio total)" adotadas por governados estaduais e cidades em todo o país, mas que também perdeu "dois importantes e influentes" ministros nas últimas três semanas: o da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro.

"Tal desordem no coração do governo é uma distração fatal em meio a uma emergência de saúde pública e também um sinal forte de que a liderança do Brasil perdeu seu compasso moral – se é que jamais teve algum", diz o texto.

Fonte: Deutsche Welle, a emissora internacional da Alemanha. Jornalismo independente em 30 idiomas. 

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