segunda-feira, 6 de abril de 2020

Menos mortes por coronavírus na Europa sinalizam eficácia de restrições

Itália, França e Espanha mostram desaceleração no número de óbitos por covid-19. Governo italiano afirma que "curva iniciou seu declínio", e Madri começa a considerar quando poderá reativar a economia.

Funcionários médicos na Espanha aplaudem população que também os aplaude em agradecimento pelo trabalho para conter a pandemia do coronavírus. Tributo é realizado todos os dias no hospital La Fe em Valencia.
Funcionários de hospital em Valência agradecem apoio da população

Nos últimos dias, Itália, França e Espanha vêm mostrando desaceleração no número de mortes em decorrência da covid-19, trazendo esperança de que as restrições nacionais implementadas para conter o avanço do coronavírus estejam começando a dar resultado.

Na segunda-feira (06/04), os mercados de ações começaram a mostrar recuperação ligada a esse movimento. As bolsas da Itália e da França subiram, respectivamente, 3,1% e 3,3%, após a Itália apresentar o número de mortes mais baixo em duas semanas no domingo, e A França também registrar menos mortes e internações em UTIs.

Na Itália, Silvio Brusaferro, principal autoridade de saúde no país, disse que "a curva está iniciando seu declínio, e o número de mortes começou a cair". Ele acrescentou que a próxima fase pode ser um afrouxamento gradual de uma quarentena obrigatória que já está em vigor há um mês em todo o território italiano.

O país é o terceiro em número de infecções (atrás de EUA e Espanha), mas o primeiro em fatalidades, que totalizam 15.887. Mais de 21.800 pessoas se recuperaram na Itália. De sábado para domingo, o número de mortes por coronavírus registrado no país foi de 525, cifra diária mais baixa desde 19 de março. O saldo representa uma redução de 25% em relação às mortes anunciadas na véspera (681), segundo dados oficiais.

A França registrou neste domingo 357 mortes por coronavírus em hospitais nas últimas 24 horas, o menor número diário em uma semana, elevando a cifra de óbitos pela covid-19 no país para 8.078. O governo apontou um aumento diário de pessoas internadas em UTIs de 140, o que também representa o número mais baixo em dias. Desde 17 de março, a França vive sob regime de isolamento social.

Na Espanha, a taxa de mortes e de contaminação vem desacelerando. No domingo, o país registrou 6.023 novas infecções, fazendo os casos registrados aumentarem para 130.759. Esse aumento é menor do que o do dia anterior, de 7.026. O número de mortes relacionadas ao coronavírus registradas num dia também caiu para 674 no domingo. Foi a primeira vez que o número diário de novas mortes ficou abaixo de 800 em mais de uma semana.

De domingo para segunda, as fatalidades decorrentes de infecções pelo coronavírus aumentaram em 637, segundo informações do Ministério da Saúde espanhol. Foi o quarto dia consecutivo de queda e a menor taxa de mortes em 13 dias. Autoridades alertaram, porém, que pode haver distorções na contabilização das mortes por um registro mais lento dos casos no fim de semana.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, a Espanha tem pouco mais de 13 mil fatalidades registradas relacionadas com o coronavírus. É o segundo país com mais óbitos no mundo, atrás da Itália, com 15,8 mil, e o segundo em número de infecções, com cerca de 135.000, atrás dos EUA (quase 334 mil). A Espanha também reportou nesta segunda o menor número diário de novas infecções em duas semanas: 4.273.

O governo espanhol começou a considerar quando poderá reativar a economia, que foi paralisada para impedir a propagação do vírus e fez com que centenas de milhares de espanhóis perdessem seus empregos. Por enquanto, porém, o primeiro-ministro Pedro Sánchez disse que pedirá ao Parlamento que estenda o estado de emergência vigente no país por mais duas semanas, até o dia 26 de abril.

Embora haja sinais de esperança na Europa, os Estados Unidos se preparam para enfrentar "a mais difícil e triste semana da vida da maioria dos americanos", segundo o vice-almirante Jerome Adams, chefe da Saúde Pública do país. De acordo com a Universidade Johns Hopkins, os EUA têm atualmente 337.646 casos confirmados de infecção pelo coronavírus, 9.648 mortes e 17.582 pacientes recuperados.

Fonte: Deutsche Welle, a emissora internacional da Alemanha produzindo jornalismo independente em 30 idiomas.

Nenhum comentário: