domingo, 19 de abril de 2020

Bolsonaro volta a defender flexibilização da quarentena

O presidente tem optado por polarizar com governadores e prefeitos, principais defensores do isolamento ampliado da população

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender neste domingo, 19, por meio das redes sociais, a flexibilização da quarentena, mesmo com as perspectivas de que os casos do novo coronavírus no país cresçam nos próximos meses.

Ao longo do último mês, o presidente entrou em rota de colisão com o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao afirmar que o isolamento vertical defendido pelas autoridades sanitárias levaria a economia ao colapso. Reportagem de VEJA mostra que o governo já prepara um plano para tentar relaxar a quarentena antes mesmo da chegada do período de pico da Covid-19 ao Brasil (o que, segundo as estimativas mais recentes, acontecerá nos meses de maio e junho).

Neste domingo, ao comentar uma reportagem que apontava que 91 milhões de brasileiros deixaram de pagar alguma conta no mês de abril, Bolsonaro atacou os meios de comunicação e expôs seu posicionamento pró-flexibilização do isolamento.

“Essa mesma imprensa diz que todos devem FICAR EM CASA. A continuar com o FECHA GERAL não está difícil de saber o que nos espera”, disse ele.

O presidente tem optado por polarizar com governadores e prefeitos, principais defensores do isolamento ampliado da população, e adotado o discurso de que os políticos deveriam se preocupar em salvar vidas, mas também em garantir que a economia não vá à pique com a pandemia.

Pesquisa realizada pelo instituto Datafolha na sexta-feira, 17, mostra, no entanto, que 79% dos brasileiros apoiam algum tipo de punição a quem violar regras do isolamento social. A pena de detenção, no entanto, é defendida por apenas 3% da população. As advertências verbais são apontadas por 43% dos entrevistados como a melhor forma de punir os infratores, enquanto as multas são defendidas por 33%.

Da Redação de VEJA - 19 abr 2020, 12h24

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