Marina Silva não compareceu presencialmente à audiência pública porque participa da COP-25, Conferência do Clima da ONU, em Madri. Essa era uma conferência que deveria ter sido realizada no Brasil, lembrou o ministro Barroso. “Mas infelizmente declinamos. É um debate que precisa estar no radar porque é uma questão de Justiça intergeracional.” |
Em seguida, falou que as cifras milionárias do fundo partidário permitem equiparar algumas siglas a “grandes empresas estatais”. “Alguns partidos contam com lançamentos enormes, e as brigas que muitas vezes deveriam ser em torno de projetos e ideias, geralmente se tornam em disputas pelo comando na destinação dos fundos partidários.”
O Supremo Tribunal Federal realiza nesta segunda uma audiência pública convocada pelo ministro Luis Roberto Barroso para tratar da viabilidade de candidaturas avulsas, ou seja, sem filiação a partidos.
O tema será debatido por causa de um recurso apresentado ao Supremo contra decisão da Justiça Eleitoral do Rio. A Corte entendeu que a filiação partidária é condição de elegibilidade e suspendeu registros de candidatura a prefeito e vice de duas pessoas.
‘Poder pelo poder’
Marina criticou o que chamou de “ideologia do poder pelo poder e do dinheiro pelo dinheiro” nos partidos. “A gente sabe que muitos se enveredaram por esse caminho a qualquer custo e a qualquer preço. A Lava Jato que o diga.”
“As pessoas não querem mais ver suas ações instrumentalizadas por grupos e partidos”, disse, ressaltando que “é difícil para quem tem história de luta pelos direitos humanos, pela educação, e não quer participar da lógica tóxica e destrutiva dos partidos, sair como candidato”.
Os partidos possuem o monopólio sobre a entrada na política institucional. Se eles não mais forem o único mecanismo para se candidatar, teriam que rever os processos de poder dentro de si mesmos, disse Marina. “Muitos políticos defendem mobilidade social, mas quando se trata de mobilidade dentro dos partidos, a conversa é outra.”
Fonte: Estadão Conteúdo
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