segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Vozes do Nordeste


Em 15 de março de 1985, José Sarney assume a Presidência da República substituindo Tancredo Neves, que nem chegou a tomar posse, e convida Marcos Freire, Senador do MDB pelo Estado de Pernambuco, para a Presidência da Caixa Econômica Federal com a missão de faze-la funcionar como um banco social.

Um dia Marcos Freire chega ao Palácio do Planalto com os maiores autores e intérpretes daquele tempo, uns já famosos como Chico, Gil, Caetano, Roberto e Erasmo, Dori, Tânia Alves, Tim Maia, Bethânia, Nara, Gal, Fafá, Rita Lee, Elizete e outros despontando como Belchior, Djavan e Fagner, Alcione, Simone, Elba, Amelinha, Zé Ramalho, Gonzaguinha, Alceu, Tirso e Marina.

Todos, mais de uma dezena, sem contar arranjadores e músicos, doaram seu trabalho e direitos subsequentes, à causa do Nordeste então assolado em muitas áreas pela seca, pobreza e males congeneres, incluindo a pobreza politica, males dos quais aquele enorme pedaço do Brasil ao que parece não vai se livrar nunca. Ou ainda vai demorar muito para se livrar.

Marcos Freire apresentou a plêiade de artistas ao Presidente Sarney, que lhe entregaram, em primeira mão, um exemplar do disco cuja renda se destinaria a um fundo de apoio ao Nordeste.

Mais lá pra frente foi que Sarney, entusiasmado com o bom trabalho do seu antigo colega de Senado, delegou-lhe a missão de organizar e conduzir o Ministério do Desenvolvimento e Reforma Agrária. Marcos Freire era um dínamo para trabalhar. Topou o desafio e seguiu em frente.

No dia 8 de setembro de 1987, o avião da FAB em que viajava o Ministro Marcos Freire, a trabalho, caiu no sul do Pará, em plena selva amazônica. Não houve sobreviventes.

O registro do canto nordestino, em som e imagens acima, faz parte do legado de Marcos Freire.

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