- Maranhão
lança mutirão contra a corrupção!
Nem me apressei
em ver o corpo da matéria. Sempre que me chega algo com tantas alvíssaras e
estando sem ninguém por perto como agora, manejo um tempinho só para mim e mergulho
ou decolo em benfazejas utopias rápidas, alegres e variadas.
Essa do seu
Damásio chega a ser emocionante. Até demais. Tanto que me dano a rir sozinho.
Em gargalhadas mis.
Já tem
pesquisa de Harvard ou Princeton, não lembro bem, garantindo que as pessoas com
hábito de falar sozinhas tem melhor estrutura mental.
Quando eu era
menino, em São Luís, conheci o João Batalha, sempre candidato a Vereador, que
não só falava sozinho andando, mas também gesticulava.
O sol
despontou e logo esmoreceu como se quisesse ceder sua vez a alguma chuva. O
tempo frio não arredou. O mutirão contra a corrupção não me saiu da cabeça.
Motivo de orgulho. Onde já se pensou neste País numa coisa dessas, assim tão
abrangente e, penso eu, com efetiva participação popular?
Fica aí todo
mundo achando que tudo quanto é mal feito tem que estar sob a mira da força
tarefa de Curitiba, seus jovens Juízes e intrépidos Procuradores Federais.
Gente, não é
bem assim. A Lava Jato só cuida dos casos de corrupção que de alguma forma,
direta ou indiretamente, tenham a ver com as roubalheiras na Petrobrás.
O mais que
temos visto são outras vadiações com bilhões do Banco Nacional de
Desenvolvimento Económico, o BNDES. Compra de banco falindo pela Caixa
Económica Federal para depois de saneado ser vendido a bom preço a outro banco
cujo dono foi preso. Mas logo solto. Lembram?
Nessas vadiações
e promiscuidades, e é sempre bom lembrar, que esses bilhões foram furtados do
seu, do meu, do nosso dinheiro que pagamos em impostos - uma das maiores cargas
tributárias do mundo - a um Estado decadente e perdulário que gasta mais do que
arrecada e agora sabemos que não são apenas os gastos, são também, e em maior
escala, as propinas e doações a campanhas eleitorais milionárias que resumiram
a prendas de leilão de largo de festa de santo padroeiro os mandatos eletivos
no Executivo e Parlamentos nos três níveis federativos.
Os dois
traquinas que pegaram bilhões de reais em empréstimos no Brasil para comprarem
empresas nos Estados Unidos, onde levam vida de folgados, tendo levado daqui
até iate particular, eram tidos como “campeões nacionais” na avaliação dos
Governos dos últimos governos.
A análise que
o Senador Álvaro Dias apresentou ao plenário do Senado dá conta de que num
período de seis anos, o Governo Federal, ou seja, a União Federal, que é
formada pelos Estados, Munícipios e Distrito Federal, emprestou ao BNDES 716
bilhões de reais.
Mas como o
Tesouro Nacional não tinha tanto dinheiro, o Governo tomou emprestado aos
bancos a juros de mercado, a 14,25% ao ano pela taxa SELIC, aquela que lasca o
contribuinte devedor da Fazenda Nacional.
A dinheirama foi
repassada à JBS, à Odebrecht e outras a um custo de entre 5% e 6%, pela TJLP.
Eles têm 42 anos para pagarem esse empréstimo. Haja Lava Jato!
Assim, feliz
porque o Maranhão não teve nem terá a mínima condição de se emparelhar com
esses avanços do Brasil em matéria de corrupção, até porque segue sendo um
Estado de coisas menores, ou conforme o pior, de estatísticas maiores, retorno
a minha fonte matinal:
- Sua
informação procede, Seu Damásio. Eu, como algumas vezes, é que não me controlo no
otimismo, quase delírio. Procede em parte. O mutirão será de juízes em suas
Comarcas julgando, preferencialmente, ações contra denunciados por corrupções
menores, quero dizer, as que costumam acontecer nas administrações municipais e
também na estadual. É pouco, sim. Mas vale a pena.
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