De repente não mais que
de repente, como dizia o poeta, o cerco vai se fechando contra a Dilma, mas a
Bahia que é também de todos os santos, já comparece com dois – um procurador
para Ministro da Justiça e um policial federal hoje no cargo de Secretário de
Segurança para Diretor Geral do Departamento de Policia Federal.
O Eduardo não aguentava mais estar Ministro da Justiça. Nos
primeiros meses no cargo consumiu maior parte do tempo como se repetisse o
aperreio que desafiava a paciência dos seus antecessores. Todo dia era dia de
índio.
Passa essa FUNAI adiante, Eduardo. Aconselhei. Tem outros
Ministérios mais apropriados. Resgata a agenda do Márcio e faz do que ele não
teve tempo para fazer o teu legado. Dá mais visibilidade politica ao
Ministério. Como fez o Petrônio. A transição da ditadura para a democracia
ainda não se completou. O Estado brasileiro segue autoritário como antes.
O Eduardo é um jurista, um professor de Direito, um politico
comprometido com causas republicanas. É só ler os Anais da CPI dos Correios,
aquela de onde saíram os primeiros sinais de que o mensalão existia mesmo, para
se avaliar a seriedade com que ele se houve nas investigações. Ele, um Deputado
do PT de São Paulo.
A Polícia Federal não é uma repartição do Governo, mas uma
Policia de Estado.
A Polícia Federal tem a função exclusiva de Policia Judiciária
da União, estando sujeita unicamente às requisições do Poder Judiciário ou do
Ministério Público para apurar as infrações penais contra a ordem política e
social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja
prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão
uniforme.
Incumbe ainda a Policia Federal, independentemente de
requisições, prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência.
A devassa que o País conhece pela primeira vez nas entranhas do
Poder Federal, expondo tudo às claras, inclusive a ilegitimidade do poder reinante em razão da derrama de
dinheiro ilícito nas campanhas eleitorais, resulta do profissionalismo da
Policia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal de primeiro
grau, esta sob a batuta do jovem magistrado Sérgio Moro.
A jurisdição do Executivo, através do Ministério da Justiça,
sobre a Policia Federal é apenas administrativa. Ou seja, cabe apenas ao Ministro
prover a instituição com os meios indispensáveis ao seu funcionamento. Nada
mais.
Não pode o Ministro de Estado, nem o Presidente da República,
mandar a Policia Federal suspender qualquer investigação. O arquivamento de
Inquérito Policial é competência do Judiciário, ouvido o Ministério Público.
E o Eduardo não suportava mais tanta cobrança. Quem o encontra
agora percebe o quanto está aliviado.
Colocar homens da confiança pessoal do Ministro da Casa Civil,
que os baianos, jocosamente, cognominam de Feijó de Irecê e Marquês de
Camaçari, plantado por Lula para ver se segura a Dilma, não vai desativar a
Lava Jato. Sonho dourado do PT.
Entrementes, como nas histórias em quadrinhos, mistério. A
tradutora da Dilma, chamada Leticia, foi readmitida menos de quarenta e oito
horas depois de perder o emprego. A moça é quem traduz para o português as
conversas da Dilma com estadistas como Nicolas Maduro, Raul Castro, Evo
Morales, dentre outros.
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