quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

E esse Estado de coisas, pra que?

Satisfeito aí, colega, com essas coisas que a cada dia mais te incendeiam a  indignação?

Quem, negando a realidade das coisas, se disser satisfeito é mais um dentre os milhares de oportunistas e aproveitadores das mazelas do Poder ou um incurável doente mental.

Nesse cenário de novas revelações de superfaturamentos em contratos de obras públicas e desvios bilionários de dinheiros dos contribuintes para quase todos os partidos políticos e campanhas eleitorais de seus candidatos, eis que desponta agora das aguas paradas de todos os quintais, poças e até jardins, sua excelência o mosquito conhecido como aedes aegiptis, o inimigo que faltava.

Todo Governo em dissenso com a sociedade, vendo se ampliar o fosso entre o Estado e a Nação,  para reverter a apatia, o que no cenário atual a crise tem a ver também antipatia mesmo, todo Governo que chegue a esse estado de coisas, precisa de um inimigo comum. Quando não o tem, inventa-o. E daí as zelitis, a midia golpista e tal.

Por décadas o inimigo externo foi o imperialismo americano e no campo interno os tubarões dos preços, culpados pela carestia.

Agora é o mosquito da dengue que está de volta armado para a sua guerra com os seus bilhões de mísseis invencíveis chamados zika . Um só desses misseis pode se apossar do futuro de uma pessoa que ainda está para nascer, infectando - lhe o cérebro com microcefalia.

Ontem correu o mundo que a China já registrou o primeiro caso do ataque do mais temido dos mosquitos. Governos do mundo inteiro examinam estratégias para o enfrentamento desse poderoso inimigo.

Entre nós, a tal noticia parece ter chegado em boa hora para o atual Governo que, aproveitando-se do pânico um tanto natural, tenta conseguir passar para um segundo plano as outras más noticias do estoque de escândalos governamentais.

A crise que nos faz sofrer todo dia de vergonha e de raiva não se resume a uma unidade. É como a hidra que se alimenta ao mesmo tempo por seus muitos tentáculos.

Então, a crise é politica, é econômica, é fiscal, é tributária, mas é, sobretudo, moral e essa, sim, a pior de todas porque corrói os valores básicos da civilidade e os princípios essenciais à sobrevivência da democracia.

Que fazer? Tudo desse Estado de coisas seguirá num crescendo para pior se não mudarmos logo o Governo. Deixa-lo como está para ver como é que fica, é querer tirar empurrando com a barriga a vaca atolada no brejo.

Então, detecta-se que as consequências nefastas são da gestão incompetente, que já se provou inoperante e incapaz diante de outras questões, e comprovando-se que ela, a gestora, não está à altura do cargo por ser bem menor que ele, vai se permitir que o País continue desgovernado ladeira abaixo até afundar-se ainda mais?

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