quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Amanhã ninguém sabe

Os objetivos fundamentais da República, irremovíveis da Constituição – construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional e promover o bem de todos, estão aí empacados e não é de hoje.
No primeiro Governo da Dilma já se antevia o desastre. O Brasil hoje é um País quebrado. E sem credibilidade. A proposta de Orçamento da União para este ano, que ainda rola no Congresso indica um rombo descomunal. As contas não fecham.
A fúria do leão da Receita Federal sempre focando a classe média, ignorando os donos das grandes fortunas, que sabem de olhos fechados como pagar menos impostos, não consegue aquietar a sanha gastadora do Governo sempre relutante em reduzir o tamanho do Estado a cada ano mais infestado pela mediocridade e mãos ligeiras da maioria dos novos agentes.
Ouvi o Lula contar no rádio as dificuldades das campanhas anteriores das quais saiu sempre derrotado.  Voavam num avião velho que passada a eleição caiu na Bolívia. Agora, não (em 2002). Estava muito otimista. O Duda Mendonça, até então marqueteiro do Maluf, aceitara trabalhar para o PT e o Duda para ele era que nem goleiro do Corinthians - uma garantia.
O Duda começou dando um banho de loja no antigo sindicalista do ABC, arrumando-lhe em novo visual a barba e o cabelo, vestindo-o com ternos bem cortados, camisas sociais e gravatas de grife combinando. Não haveria mais discurso raivoso. Só a fala mansa do Lulinha paz e amor. E tal.
No plano politico, Dirceu articulou adesões como a de José Alencar, senador por Minas e respeitado conquanto bem sucedido empresário, que foi ser o Vice. Credita-se ainda a Dirceu os apoios de dois ex-Presidentes, Sarney e Itamar.
Quando os concorrentes passaram a bater no Lula indicando que ele não tinha nem equipe para governar, Duda bolou a simulação de uma reunião de trabalho para o programa do PT na TV. Um especialista de cada área. Tudo petista.
Foi aí que apareceu a margarida, melhor dizendo, a Dilma sendo vista pela primeira vez em cadeia nacional figurando na improvisada equipe. Trazida de Porto Alegre pelo Dirceu. Sua especialidade? Energia elétrica. Depois, com o mensalão, ela foi para a Casa Civil no lugar do Dirceu, mas manteve régua e compasso no Ministério das Minas e Energias através do novo Ministro Silas Rondeau.
Tendo, a partir de então, conhecido melhor a Dilma no dia a dia do Planalto, ninguém melhor do que o Presidente para avaliar a sua Ministra Chefe da Casa Civil.
É verdade que Lula ainda flertou, em máxima discrição, com a onda de reeleições sucessivas que se alastrava por outros países do continente, a partir da Venezuela. Ao pressentir que, não obstante sua incontestável força eleitoral a busca de um terceiro mandato não iria colar bem, tratou logo, no maior sigilo e com muita antecedência, de esculpir a Dilma para futura Presidente.
Problema é que a Dilma nunca concorreu a eleição nenhuma. Como candidata anunciada, logo no seu primeiro encontro com políticos do PMDB ganhou de presente um bambolê. Era um conselho para que aprendesse a ter jogo de cintura. 

No interior do Nordeste, por exemplo, entre o eleitorado de cabresto, incluindo os dependentes do Bolsa Família - e essa gente é quem, afora o poder econômico, ainda decide as eleições, ninguém sabia quem era Dilma. Começaram a dizer que ela era a mulher do Lula. E deu certo. Iriam votar, e votaram, na mulher do Lula.
No ano passado não houve eleição presidencial. Houve um leilão entre financiadores de campanha, regado a mentiras e fantasias, resultando tudo num indiscutível estelionato eleitoral favorável ao PT. Nem Sarney no auge da popularidade do Plano Cruzado ousou tanto. Agora, com a Lava a Jato, começamos a ver tudo mais claramente.
Errou o Lula ao bancar para sua sucessão uma pessoa sem experiência para liderar um País com as dimensões e complexidade politica como o é o nosso Brasil. A Dilma, pelo menos, antes de sair do cargo já entrou na história como a Presidente mais desastrada e autoritária entre os civis que até aqui ocuparam o cargo.

Mas agora, eis que foi preso o outro responsável direto pelo estelionato, o marqueteiro da Dilma. Quem pagou e quanto pelas mentiras que a Presidenta – candidata teve que assumir como verdades dela?

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