Ou
a pessoa cuida de honrar o cargo que passou a ocupar ou o cargo em si nunca irá
lhe dignificar em nada.
A pessoa para honrar
um cargo não basta apenas ser pessoalmente honesta. Nem só extravasar aparência
disso aos outros, como César cobrou de Pompéia, sua mulher.
A Presidência da
República é indissociável da Nação e nunca da pessoa do Presidente. A
Presidência é instituição permanente do regime democrático.
Já o Presidente é
apenas uma pessoa que para se empossar no cargo tem que perante o Povo, por
seus representantes no Congresso, erguer a mão direita e jurar cumprir e fazer
cumprir a Constituição da República e as leis do País.
Para exercer com
lealdade e firmeza todas as funções inerentes ao cargo o Presidente da
República tem que, no mínimo, ter lido antes – e seguir lendo todo o dia como
num dever religioso de quem lê a Bíblia – a Constituição da República.
A cada vez que um
princípio constitucional é violado ou uma determinação legal é ignorada pelo
Presidente há uma redução no grau de credibilidade da Presidência repercutindo
em corrosão na autoridade do Presidente.
Daí que incide em
absoluta irresponsabilidade politica um partido apresentar às eleições para a
Presidência da República uma criatura sem o indispensável preparo para
enfrentar e vencer tantos desafios.
Não basta ter cursado
faculdade, exibir curriculum alentado.
A Presidência exige
do Presidente não só experiência executiva, mas também espirito público
conciliador, capacidade para ouvir, inteligência e coordenação motora rápida
para decidir.
Estar Presidente,
enfim, é estar aberto ao sacrifício sem horas sem direito algum - o que seria
crime de lesa Pátria - a permitir que o Governo imponha o sacrifício menor que
o seja a qualquer parcela, menor que a seja, da população do País.
Na Presidência, o
Presidente Sarney definia-se como um São Sebastião a posar diariamente para a
tela que acabou sendo o retrato único do padroeiro da cidade do Rio de Janeiro
– amarrado no tronco de uma arvore e assim indefeso recebendo flechadas do
todos os lados.
O poeta José Chagas
ao notar que um dos seus livros saíra da gráfica com algumas falhas de revisão,
evitando encartar erratas, o que se converteria numa enorme chatice, escreveu
apenas numa nota avulsa que há dois tipos de leitores – o que nota um erro e o
corrige mentalmente e o que nem o percebe.
Assim também a
Presidência teve o Presidente modelo São Sebastião e tem a Presidente que se
recebe flechadas talvez nem as perceba.
Não vale aqui falar
nas flechadas que nos últimos anos os arqueiros do poder deste Governo, tem
acertado em sofrimentos a maioria das brasileiras e dos brasileiros.
O Nêumanne fez as
contas e concluiu que em seis minutos, enquanto eu lia o seu artigo no
Estadão, doze brasileiros teriam perdido o seu emprego a cada dois minutos.
Ontem foi dada a
largada para o tira ou não tira a Dilma via impeachment do Congresso. Até
quando a Presidência aguentará tantos e sucessivos vexames?
O ultimo vexame, de
menor importância, foi a Presidente ter sido barrada pelos seguranças em Paris
aonde foi representar o Brasil na Conferência do Clima. Xingou de bagunça a organização
do evento. Ninguém da sua comitiva ousou lhe dizer que ela seguia para a
entrada errada.
Admitindo-se, pelo
imensurável do estelionato eleitoral de que resultaram os resultados da ultima
eleição presidencial, o poder que se prorrogou atrelado à Presidência continha
eiva de ilegitimidade, o qual não obstante suposta legalidade, segue
desorganizando o Estado, atarantando a sociedade e pela desconfiança geral garantindo incertezas no dia
a dia de cada pessoa, é de se indagar por que não a renúncia da Presidente?
Afinal, Presidência
da República e Presidente são definitivamente, e não é de hoje, duas almas que
se devem separar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário