A dinâmica dos fatos está rolando as
expectativas numa velocidade tanta que as surpresas que despontam nas curvas
mais parecem armadilhas, e muitas são.
Tu
adotas uma reta e segue direitinho com olho esperto em tudo à frente e ao
derredor querendo não transgredir e, de repente, alguma autoridade, leia-se
autoridade em tudo do que não se deve fazer, sobe nas tamancas só para te
repreender.
Na
Roma antiga tinham as vestais, as mulheres virgens encarregadas de manter aceso
o fogo no templo de Vesta, a deusa-símbolo da unidade familiar. Naquele lugar
sagrado homem nenhum podia entrar.
Dizem
que as vestais eram lindas e, por isso, muito cobiçadas. Tinham que manter-se
virgens enquanto na função.
Seria
morta a vestal que ousasse quebrar o voto de castidade. Mas estaria liberada
das obrigações aquela chegasse à idade decaída. Se não o quisesse, poderia
ficar para ensinar as liturgias do templo às mais novinhas que fossem chegando.
Quando
se chama uma pessoa de vestal, e se ela tem alguma cultura logo se ofende, é
porque, não obstante o respeito que os romanos devotavam às guardiãs do fogo no
templo da deusa, e a vigilância severa para que homem nenhum se aproximasse
muitas delas, ainda assim, apareceram grávidas.
As
vestais, amiga, amigo, eram tão admiradas pelas suas virtudes que, ao saírem às
ruas deixando esvoaçarem suas madeixas alongadas sobre as espáduas cobertas por
uma manta púrpura, causavam um frenesi tão danado que os caras ajoelhavam-se,
embasbacados.
Os
roedores da história foram roendo, roendo, até que sobre as vestais o que só
ficou mais nítida foi essa ressonância no sentido pejorativo.
O
que tem de gente por este planeta das ilhas, e planalto também, querendo ser
vestal no sentido de portar virtudes é de fazer rir, sim porque diante de um
cenário assim tão ridículo com tantos cretinos só nos resta rir.
Afinal,
ensinaram os romanos, ridendo castigat mores! É rindo que se castigam os
costumes. Ou como lecionou o Millor, é rindo que se castigam os mouros, quer
dizer, esses que se acham os poderosos, por aí.
Mas
não basta só ficar achando graça da cara deles. Fazem-nos rir, sim, mas eles
têm sido muito cruéis conosco, quero dizer com nós, o Povo em geral.
No
escurinho do cinema deles estão rindo prá caramba da nossa cara, e ainda vamos
continuar com cara de bestas, quem sabe, talvez, até as próximas eleições.
É
impressionante como desdenham da nossa capacidade de memorizar os fatos de que
há pouco falaram e logo depois, na primeira curva, juram desconhecê-los
completamente. Fingem não terem memória, achando, talvez, que os outros é que
são os retardados.
É
não esquecer, gente, as campanhas que fizeram, e ainda intentam repeti-las,
querendo desclassificar o trabalho dos trabalhadores, atribuindo-lhes defeitos
fortes, enxovalhando-lhes a integridade, desidratando - lhes a reputação.
E agora
essas as provas no conhecimento nacional, irrompendo aos borbotões como se
saíssem de uma tubulação destapada, a nos mostrarem
as malfeitorias que eles vinham fazendo, às escondidas nos escaninhos do poder
político que usurparam.
Mas
já se engasgam com as farpas das armadilhas que montaram.
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