sábado, 12 de outubro de 2013

CorruptTour

Bem que essa Embratur da qual tem se ouvido falar tanto no Maranhão, até mesmo em Marajá do Sena, poderia inserir o nosso Estado no mapa-mundi do turismo, a partir de uma ideia que vem dando certo num antigo, mas já extinto, paraíso comunista, a atual República Tcheca.

Os homens públicos no geral ao ocuparem posições de grande relevo num cenário maior sempre fazem questão de mostrar aos conterrâneos o quanto são capazes.

Daí que muitos ganham molduras e vão para a galeria dos orgulhos da sua gente.

Como citar nomes ou omiti-los, ainda que na melhor das intenções, sempre resvala para alguma boa ou má intriga, eu me dispensaria aqui de dizer quem estando em posições federais de relevo fez coisas de dar orgulho aos conterraneos.

Mas a justiça histórica não manda calar. Foi o doutor La Rocque, sim, quem fez o Hospital Dutra e o Filipinho.

A instituição do mandado de segurança no direito público brasileiro foi obra legislativa de um grande deputado do Maranhão, o professor Clodomir Cardoso.

Benedito Leite depois de ter sido um ótimo Governador foi para o Senado onde se tornou tão respeitado que se inseriu entre os poucos que Senador Rui Barbosa prazerosamente concedia aparte.

Graça Aranha e Aluízio de Azevedo não só brilharam na diplomacia como ainda são muito admirados pela inovadora produção literária.

Seguem imortais no orgulho maranhense homens como Souzândrade, Coelho Neto, Cândido Mendes, Teixeira Mendes, Odorico Mendes, Artur Azevedo, Gonçalves Dias, Gomes de Souza, Humberto de Campos.

Todos são nomes de ruas, de avenidas e até de bairros nas importantes cidades deste País afora.

A Praça do Panteon contava melhor a história de alguns dos nossos grandes dos grandes feitos nos bronzes que nem existem mais.

Agora o Maranhão volta aos jornais falados porque a Dilma entregou a Embratur a um dos nossos pesos pesados maranhenses. 

E por conta disso a Embratur é igualmente muito falada desde as marés de Panaquatira às areias da Tutoia. De Vila Nova dos Martírios a Bom Jesus das Selvas.

É vero que a cidade de São Luís do Maranhão, situada na parte conhecida como Ilha do Amor, foi tombada pela Unesco como Património Cultural da Humanidade.

Até parece que muitos ainda não entenderam o outro sentido do verbo tombar, o qual pode expressar estados diferentes. Há o verbo tombar reportando-se a derrubar, fazer cair ou cair e há o tombar no sentido de inventariar, arrolar, registrar.

Então, para os nossos governantes é melhor o verbo tombar no sentido de derrubar ou fazer cair, até porque nesse caso não é preciso qualquer verba.

Mas enquanto não se cuida no sério do nosso patrimônio histórico e arquitetônico e artístico e cultural, a Embratur que não está aí para moleza, nem mesmo nos fins de semana, bem que poderia se inspirar no grande sucesso a atrair turistas do mundo inteiro.

É a grande sensação no leste europeu – um programa chamado de CorruptTur, que consiste em levar num ônibus os turistas a conhecerem as ostentações patrimoniais dos políticos e demais asseclas do poder, os quais não tendo herdado nada de ninguém e tampouco tirado a sorte grande na loteria jamais terão como explicar por qual fruto de trabalho limpo conseguiram tudo que ostentam, afora o que escondem, pela aí.

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