quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Padre Vitor

Nossos combatentes há mais tempo nas linhas de frente seguem tombando e o que nos entristece muito não é só pela falta que nos fazem nas atitudes e nos exemplos também pelo que se acumula em apreensões quando olhando um pouco para trás e vendo o futuro encurtando o tempo a nos deixar perplexos ficamos a nos perguntar então o futuro é isso que anunciam aí?

Nosso Deus dos céus! A experiência aprendida na dura luta pelo pão seco de cada dia o olhar vendo o longe da certeza do menos errar ah meu Deus quão bom seria não errar ou se errar menos e se se erra muitas vezes é porque não prestamos atenção suficiente às vivências dos mais antigos que são mais calejados sabidamente menos personalistas menos vaidosos nada invejosos sem soberba e mais experientes.

Não foi o Brasil o contemplado com a existência de um missionário como o Padre Vitor essa boa sorte por inteiro Deus a reservou em contribuição à saga desse Povo marcado por tanto sofrimento de incúria e escravidão Povo esse chamado de Povo do Maranhão.

A missão do Padre Vitor na Ilha de São Luís e terras circunvizinhas como Guimaraes e de resto a todo o Maranhão não se resumiu às preces à catequese religiosa à pregação do evangelho segundo as liturgias da sua Igreja também às atitudes do que a mensagem de Cristo enuncia ao Povo de Deus.

Inspiração maior não encontraria se ao se assumir apenas como um homem comum não fosse ele o Padre Vitor com seus próprios pés e bussola conviver bem de perto com os trabalhadores rurais indo até às áreas mais conflagradas do latifúndio improdutivo que expulsava as famílias de suas roças enxotando-as para o inchaço das cidades onde foram atiradas pela ignorância e profissão de nada ao maior desamparo.

Para entender melhor a lei que os poderosos acionavam contra os pobres dos campos e dos bairros pobres o Padre Vitor foi para a Faculdade de Direito e logo sendo ele também um Advogado com habilitação profissional e inscrição na OAB se entregou ao ativismo dos direitos humanos e das reivindicações do Povo de Deus.

Coragem para enfrentar os poderosos em suas ameaças e os áulicos dos poderosos em seus arreganhos nunca faltou ao Padre Vitor que era um daqueles homens imantados pela força da fé sem a qual não se produz ações gestos e atitudes firmes. Advogou publicou livros artigos ameaçado até de morte nunca arredou.

O Padre Vitor incomodou muito e algumas vezes também aos que se mostrando aliados na verdade só estavam de olho nos resultados das suas lutas para tirarem as vantagens.

A luta do Padre Vitor animou jovens e mulheres e crianças e idosos animou legiões de anônimos aos quais levou também os fundamentos da segurança pública cidadã fazendo com que se sentissem protagonistas ativos de um ideário e trabalho que resultaria como no tempo possível resultou em frutos bons e duradouros para o proveito das comunidades.

Meus olhos focam a Eurídice e vejo como se fosse agora o Padre Vitor adentrando a nossa sala sentando-se na cadeira de balanço sua preferida com aquela sua fala de sotaque inconfundível sempre terna e firme ora opinando ora aconselhando sempre com aquele espirito público de líder humano e de amigo solidário.

Depois do diagnostico do câncer ele ainda tentou prosseguir sua missão e o sofrimento físico foi se agravando e ele teve de voltar para o seu País o Canadá para esgrimir pela saúde ao lado da sua família.

Os bons estão morrendo. E os que se anunciam em cheganças por aí, oh nosso Deus tende piedade deste pobre Povo brasileiro que tem todo direito de viver com dignidade no Maranhão.

 

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