quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Pragas

Na primeira vez que fui aos Estados Unidos, aproveitando para estudar voto distrital e financiamento de campanhas, fui a Rock Falls, em Illinois, sendo acolhido por um casal judeu. 

No dia seguinte, um sábado, chegando a noite percebi um desconforto no ar. Sairiam para a sinagoga e não sabiam o que fazer com o hóspede, se me levavam ou se me deixavam ali na sala, vendo televisão.

Então lhes falei dos meus ancestrais judeus fugidos da Espanha para Portugal de onde já como cristãos novos migraram para o Brasil, indo parar primeiro em Laranjeiras, berço da cultura, da educação, da economia e da política. Laranjeiras que teria sido a Capital de Sergipe não fossem as rasteiras do Barão de Maruim manobrando contra.

Em verdade, era a primeira sinagoga a que eu ia. E me dei bem. Depois dessa, sempre que me convidam vou a todas. Tenho até um solidéu branco para as emergências, nas viagens. Luiz Raimundo e Pedro Américo também. 

Mas o que quero contar é sobre um dos rabinos contemporâneos por quem tenho muito respeito e admiração crescentes – Nilton Bonder, uma liderança espiritual reconhecida no Brasil.

Um dos livros do Bonder, o Manifesto da Desobediência Espiritual  está entre os 20 melhores da sabedoria judaica no mundo. 

O Zveiter, meu grande amigo, o primeiro rabino e chefe maçônico a ser Ministro do STJ, me mandou outro dia um livro do Bonder, o Código Penal Celeste – prepare sua defesa diante do Tribunal Supremo. 

O Código Penal do Bonder ao discorrer sobre a natureza das penas ensina que - “Todas  as penas celestes são aplicadas na vida. (Aqui se faz, aqui se paga!). Não há penas a serem cumpridas em nenhum albergue ou instituição penal post-mortem. Há penalidades que se aplicam ao longo da vida de uma geração  e penalidades com potencial de se alastrar por mais de uma geração. 

Todas as penalidades são executadas sob a forma de pragas.
As pragas são administradas pela própria vítima. 

(...) 

O significado popular de rogar pragas como imprecações de males contra alguém, praguejar, contém a compreensão sutil de que há sempre ônus e bônus embutidos em nossa forma de viver a vida. 

(...) 

As pragas são retornos, ricochetes de impressões que causamos sobre a realidade e que a nós retornam. Como bumerangues, as ações se voltam a nós e nos abarcam. 

Adiante, três exemplos de pragas: 

Que ganhes um milhão na loteria e que o gaste com médicos”. 

“Que tenhas uma bela loja, cheia de mercadorias, mas que os clientes só queiram aquilo que não tem”. 

“Que tenhas uma coceira onde não consigas coçar”. 

Ao que acrescento a de nós outros, os cristãos – “Deus te dê em dobro tudo o que me desejares”. 

Ah quanto esse livro do Bonder pode servir para tanta gente aqui no Maranhão!
 

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