sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Democrático e Trabalhista

Assim falei na cerimônia de filiação, minha e de Eurídice, no PDT:

Senhoras, Senhores:

Quem me conhece desde o movimento estudantil, quando aos 18 anos de idade, fui eleito Vereador no segundo maior colégio eleitoral de então, que o era Caxias, não podendo completar o mandato por ter sido, logo depois de Neiva Moreira, o primeiro a ser cassado e preso no Maranhão...

Quem, ainda, como Maria Lucia e Reginaldo Teles, testemunhou o que foi aquela luta tão desigual contra o coronelismo político para libertar da opressão e da injustiça social o Povo do Maranhão, sabe quão antigos e ainda atuais estão os propósitos espraiados no ideário do PDT.
 
Saúdo o sacrifício de tantos que como Neiva Moreira resistiram ao caciquismo daqueles 20 (vinte) anos e depois, mesmo à força do autoritarismo que anoiteceu o País por outros 20 (vinte) anos, continuam sonhando e lutando por um Estado em que os direitos e as vantagens do regime do Povo, pelo Povo e para o Povo possam efetivamente, e de verdade, alcançar a todas as mulheres, a todos os homens, a todos os jovens, a todas as crianças que moram no Maranhão.

Evoco a memória e o martírio de Jackson Lago, cujo Governo interrompido nas realizações que se concluíam e nos ousados projetos que ainda se iniciavam, todos com a marca da seriedade e do compromisso. 

Evoco o Governo dos movimentos sociais por uma sociedade inteira que o golpe interrompeu, mas que o PDT em sintonia cada vez maior com as forças populares, em alianças políticas consistentes, não abre mão de resgatar. E irá resgatá-lo.

Não nos esqueçamos que eles, os dominadores de ontem, os mesmos de hoje, quando viram que nunca mais iriam nos vencer pelo voto, trataram logo de nos tirar do Governo pelo golpe.

Nada muito diferente do que se sucedeu com João Goulart e Leonel Brizola. Num cenário visto por lentes de telescópio menor, fizeram o mesmo com Jackson Lago, cassando a vontade da maioria absoluta do nosso Povo, manifestada nas urnas em mais de 1,5 milhão (um milhão e meio) de votos

Lembrando os fundadores do partido, dentre eles Jackson, Neiva e Brizola, Darci e Julião, Doutel e Talarico, na Carta de Lisboa, importante e fundamental é a emergência do Povo trabalhador na vida política, não de um Povo amedrontado pela opressão, mas de um Povo que se organiza nos sindicatos, nas associações, em comunidades, em movimentos sociais, em organizações profissionais, todos juntos no mesmo objetivo – de lutar por seus direitos, pela democracia

O Maranhão faz parte inseparável do Brasil, mas nem a República em seus princípios e nem a Democracia em seus fundamentos configuradores de um Estado de Direito chegaram ainda em proteção do nosso Povo

Queremos que o Povo do Maranhão receba a proteção do mesmo Estado de Direito Democrático na mesma República Federativa que os outros Estados já conhecem e usufruem por fazerem parte do Brasil
 
Temos o direito de não continuar morando no Estado mais atrasado do Brasil! Somos capazes, sim, de mudarmos para melhor essa realidade de miséria em que a pobreza política para continuar dominando mantém o atraso social.
 
Senhoras, Senhores:

Ao nos deslocarmos, Eurídice e eu, de uma trincheira a outra como agora, de uma legenda a outra, no mesmo campo oposicionista, queremos deixar bem claro que estamos apenas mudando de trincheira, por exigência conjuntural desta guerra.
 
É a mobilidade que se faz necessária não apenas para o reforço ao combate intenso, mas também para impedir que trincheiras momentaneamente desocupadas sejam invadidas por eventuais quinta colunas, aqueles que costumam aparecer fingindo que são parte da mesma infantaria nas batalhas.

E se recorro a essas analogias bélicas é porque o que o nosso Povo sofre no Maranhão é mesmo a beligerância de um Estado cuja população em mais de 2/3 (dois terços), está há mais de 4 (quatro) décadas condenada à opressão da miséria e da humilhação das injustiças sociais.

No que depender de nós, posso prometer, não está longe o dia em que esses inimigos, a opressão da miséria e a humilhação das injustiças sociais, serão vencidos pelo progresso com segurança pública, saúde pública, educação pública de qualidade, transportes públicos, maior participação das mulheres nas decisões políticas, empregos para a juventude, amparo respeitoso à velhice.

Prometemos que com a força da nossa união atuando sem dar tréguas à desesperança, ao medo, ao desalento, o Maranhão se libertará em definitivo desse enorme curral em que o caciquismo político e o coronelismo eletrônico o aprisionam e em todos os espaços o nosso Povo.

Palavras finais ao nosso líder, o Presidente Igor Lago, aqui seguindo, bandeira em punho, o exemplo e a luta do seu pai. Pela atitude do seu filho, Jackson Lago vive!

Pela lealdade e entusiasmo e compromisso da militância antiga, dos homens, das mulheres, e dos jovens do PDT, Jackson Lago vive!

Enquanto houver o medo contaminando os lares e as ruas à falta de uma segurança pública com cidadania, doentes sem hospitais, crianças sem escolas, estradas abandonadas, jovens sem oportunidades de empregos, transportes coletivos deficientes, água faltando nas casas, esgotos a céu aberto, enfim, enquanto não vencermos esse quadro de dolorosa miséria social e de atraso político, Jackson Lago sempre lembrado!

Viva o PDT! Viva Jango e Brizola! O Brasil em primeiro lugar, mas  o Maranhão, sempre, acima de tudo!

Obrigado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo o discurso!
Sem delongas,dizendo o necessário. Inspira esperanças !
PARABÉNS
Torcida atenta aos seus passos, ministro.