sábado, 23 de julho de 2011

Bicicletas

Liedi Bernucci, Chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em entrevista a Leonardo Cavalcanti, titular da coluna Nas Entrelinhas, publicada hoje no Correio Braziliense:

- Até que ponto a corrupção atrapalha o País?

- Atrapalha em vários aspectos. Como cidadã, acredito que com a corrupção qualquer política pública fica comprometida. As prioridades se acabam, os preços se elevam e tudo se atrasa. Mas isso não quer dizer que não tenha gente séria, que pensa projetos, os verdadeiros técnicos e servidores do País, que acabam isolados pelo processo de corrupção. Isso é algo, evidentemente, muito danoso para o País.

- Por que as ciclovias não são prioridade?

- Infelizmente, nosso País é atrasado nesse aspecto. Temos a cultura do atraso, a de quem usa bicicleta é pobre. Isso tem de mudar e se muda com educação. Por aqui, as pessoas valorizam os carros ao extremo. Assim, não é só um problema de gestão, mas cultural. É preciso mudar as duas coisas, rápidamente.

- Quais os projetos alternativos de transportes?

- Em alguns países, a área de transporte está ligada ao ministério do meio ambiente, o que mostra uma outra maneira de pensar a política. Aqui, 60% do transporte de carga é feito por rodovias, que são necessárias, mas é preciso ter um aumento do transporte ferroviário. Inverter a matriz.

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