terça-feira, 22 de março de 2011

Faltando Água

É sempre mais que desagradável abrir a torneira e não sair água. No geral, só reclamamos nessa hora.

Estima-se que 55% dos Municípios do Brasil ficarão sem água potável já a partir de 2015, se o Governo não acorrer desde logo com investimentos por enquanto calculados em 22 bilhões e 200 milhões de reais.

Em cidades como São Luis, capital do Maranhão, o problema será mais grave porque sendo ilha oceânica habitada por 1 milhão de pessoas escasseiam cada vez mais a cada dia as opções de captação de água.

A rede de distribuição de água na ilha não atende nem à metade da demanda estando ainda em grande parte danificada e obsoleta. Cavar poços artesianos não adianta porque, segundo os geólogos, o subsolo está exaurido.

No caso da capital maranhense a solução, conquanto demorada mas para durar muitas décadas, é a implantação de uma nova rede de distribuição contemplando toda a população e a instalação de pelo menos duas usinas de dessalinização.

Ah vai custar caro! Sim. Mas já temos tecnologia nacional para isso. E a solução aqui proposta será a mais eficaz e duradoura.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Ministro, há quanto tempo!
Imagine a cena:
Cinco horas da manhã minha vovó (aquela mesma, não pense nunca em esquecê-la, pois vou lembrar sempre. Ela foi a primeira professora da família e, segundo a própria, "não sabia fazer um "ó" com uma quenga".) batia na beirada da rede e dizia: acorda e levanta moleque. Vamos buscar água no açude. Era comum deixar para "lavar o rosto" no próprio açude, pois não havia motivo para "gastar" tanta água. Caminhávamos 8 km até o açude e isso signifcava 16 km até chegar em casa, de volta. O jumento ajudava a carregar o abastecimento matinal. Transportávamos pouco mais de mil litros do líquido. Quando São Pedro tinha dó de nós, mandava chuva. Meu avô fazia umas calhas da madeira sabiá para juntarmos a água da chuva. Juntávamos água para uma semana e até tomávamos banho em casa. Um luxo!
Com essa imagem vivida no passado, quero dizer que a adrenalina vai ao extremo quando vejo, aqui em São Luís, donas de casa lavarem a calçada diariamente, proprietários consumirem (via de regra, sem pagar por isso) centenas de litros d´água lavando carros diariamente. Pior, a CAEMA nunca fez um único comunicado num papel de embrulho para tentar orientar o consumidor a economizar. Vamos ficar sem água sim. Brevemente. E quem não tiver mais a vovó nem açude próximo (8 km, hoje, é próximo sim), vai beber Lindódia? Lençóis Maranhenses ou "Perrier"?
Abraços.