sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Serra Voltando

Marqueteiros, quase todos, sabem ganhar muito dinheiro com eleições. Mas se soubessem ganhar eleições, seriam, muitos deles, eles próprios, os candidatos.

Produzir peças publicitárias de uma campanha é um serviço como outro qualquer na área de propaganda.

Com as pesquisas em mãos, interpretadas corretamente, o resto é bom gosto, bom senso e alguma criatividade.

Em áreas difíceis, pobres como o Maranhão, por exemplo, onde a maioria ainda iletrada e manipulada, mas que ao final decide, conspurca o direito do voto em troca de vantagens imediatas, não há marqueteiro competente se o candidato não tiver à sua disposição carradas de dinheiro e o apoio total das engrenagens estadual e federal.

Aquelas engrenagens sobre as quais escreveu com grande maestria o insuperável Jean Paul Sartre.

Sabonetes, geladeiras, bicicletas e até remédios são mais vendáveis se ancorados em campanhas com propaganda bem feita.

Mas a propaganda não muda a fórmula do remédio, nem a tecnologia das geladeiras, nem a mecânica das bicicletas.

Assim, o candidato a cargo eletivo deve ter divulgado o seu nome, suas ideias, sua historia, qualidades e até defeitos, e nunca ser mostrado, em ações ou omissões, de maneiras diferentes da sua simples condição de ser humano .

E se já é um nome conhecido, tentar esconde-lo do que realmente é, significa desfigura-lo. Às vezes dá certo, somando votos. Mas logo depois vem a inevitável decepção popular e isso desserve à democracia.

Exemplos. Collor e o próprio Lula, que já começa a ser diluído no confronto dos dias, dos poucos dias que o separam da rampa pela qual subiu a Dilma. Por sua mão, obra e graça.

O Serra, que foi desfigurado na campanha por seus marqueteiros, começa a se mostrar agora em cara e verbos como a pessoa pública, de espirito público, de historia de vida respeitável, que sempre foi e, assim, retomando o respeito de sempre, volta a ocupar com toda legitimidade o seu espaço na liderança da Oposição no Brasil.

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