segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um Bom Sinal

Chorar é destravar um certo sentimento de alegria ou de tristeza do qual alguns, até se envergonhando, preferem segurar o quanto podem para depois e só então extravasá-lo em algum esconderijo.

Outros, como aquela mulher durona do samba de Vanzoline, na voz de Cristina Buarque, preferem chorar em público, em qualquer lugar, até no meio da rua. ("Se eu tivesse que chorar / chorava no meio da rua...")

Numa manhã de dezembro, ao receber no TSE o seu Diploma de Presidente eleito, pela primeira vez, após três derrotas sucessivas, Lula ao discursar não segurou a emoção e se danou a chorar.

Lembrou que era sempre discriminado por não ter cursado faculdade, ou seja, por não ter diploma de curso superior, e como se quebrasse castanha na cara dos seus críticos arrematou – e o primeiro Diploma que eu recebo na vida é este de Presidente da República.

Palmas prá caramba e o companheiro não agüentando a emoção se danou a chorar.

Foi a oportunidade de ouro para que o Jobim, grandalhão e espaçoso, presidindo a sessão, abrisse os braços largos consolando o Lula num abraço acolhedor e demorado, que nem uma mãezona.
 

Agora é a Dilma que ao reencontrar seus companheiros de uma década do PT se emociona e se dana a chorar.

Isso é bom, é bom sinal.

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