quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Las Vegas

Sempre que se fala em aumento do salário mínimo ouve-se, em dó maior, uma grita geral, ah e as contas da previdência, e as contas das Prefeituras, e as contas dos Governos estaduais, ah como é que isso vai ficar?

Agora, a grita tem mais um refrão, esse de que o Orçamento da União não vai ter como aguentar.

Daí as fórmulas mágicas como essa de ressuscitar a CPMF e essa última de legalizar os bingos porque legalizando a jogatina, leia-se legalizar a lavagem de dinheiro, o tráfico de drogas e o que mais não serve ao soerguimento de uma sociedade sadia de princípios éticos e morais, que valorize o trabalho e não a malandragem, pode dar uma arrecadação tributária de uns 7 bilhões anuais.

Como em tudo há que se levar em conta a relação custo - beneficio, vamos convir que nada disso do que se propõe compensa.

Estima-se que a União Federal, apenas a União Federal, gastará um pouco mais de 99 bilhões de reais no ano que vem só com remuneração e encargos.

O caminho a seguir, porém, não é aumentar impostos ou ressuscitar a danosa CPMF nem legalizar as fronteiras do crime como se o País para equilibrar suas contas públicas tivesse que ser o grande antro da jogatina e seus danosos periféricos.

A receita é simples, comadre, e ninguém inventou outra. Sempre que se gasta mais do que se arrecada, o correto é reduzir os gastos. Até se alcançar o equilíbrio. Mas com inteligência, serenidade e compaixão. Só isso. Custe o que custar.

Um comentário:

Anônimo disse...

É Ministro, tu tens razão. Mas, e se aumentássemos a produção? Se produzíssemos mais arroz, carne, feijão, aço, alumínio, óleos vegetais e exportássemos o excedente, diminuindo, consequentemente, a importação do trigo?
A arrecadação do ICMS de super-safras; o aumento do ISS através do serviço fora da indústria (o próprio IPI já é grande), o aumento e a qualificação do Turismo, não resolveriam - em parte - o que pode advir desse aumento do salário?
Mas, Ministro Edson, por que se vê tantas dificuldades com o aumento do salário mínimo - claro, entra a questão dos aposentados, dos pensionistas - e nunca se vê essas mesmas dificuldades com os aumentos em cascata para os deputados e senadores?
Se somarmos tudo que os senadores ganham e incluirmos aí os que se aposentam ou que entram de licença - sem contar, por exemplo, que Cafeteira vai passar oito anos em fazer absolutamente nada! - ou até mesmo os que nada fazem, isso corresponderia à quantos "salários mínimos"? E se juntássemos todos os deputados e aderentes, todos os ministros e aderentes, todos os ministros de todos os tribunais e aderentes, isso não onera tanto quanto?
Afinal, desses mais de 190 milhões de brasileiros, quantos não têm nada com o salário mínimo?
Quem ganha por exemplo, acima de 10 mil/mês, vai contribuir com quanto para a Previdência e para o Leão? Claro que, quando se aposenta, vai receber também mais que quem ganha salário mínimo.
Aquela minha vovó - lembra dela? - que já faleceu, sempre disse na sua santa ignorancia que, o que se "gasta" com o salário mínimo, não é nem uma pontinha do que vai pelo ralo com tanto roubo! E, se isso não quebra o país, por que um simples aumento de salário mínimo - que também vai ter aumentada a sua carga tributária - quebraria? Abraços, meus respeitos. Saudações botafoguenses!