Não é segredo que a administração do sistema penitenciário no Brasil é, muitas vezes, refém do tráfico de drogas que atua dentro das prisões.
A autoridade maior dos presídios consegue manter a ordem, muitas vezes, fazendo vistas grosas ao consumo de drogas entre os detentos.
Nos infernos em que vivem, e a maioria deles sem ter sido ainda sequer condenada, alegam que não dá para encarar numa boa a realidade cruel de todo dia. Daí a dependência da droga.
Nunca antes na história do Maranhão, em nenhum Governo, aconteceu rebelião em presídio com essas proporções – 14 mortos, 3 dos quais com as cabeças decepadas, outros castrados antes. Tudo em rompantes de um só dia.
Não é nem o caso de superlotação no presídio. O corte súbito da entrada da droga gerou o desespero e essa doideira geral.
Há solução para tudo no mundo, exceto para a morte e para os impostos. Há solução também quando a raiz das coisas que não prestam é uma elite política carcomida, egoísta, despreparada, anacrônica, indiferente aos sentimentos das pessoas e às realidades e do mundo circundante.
Levar o Maranhão outra vez ao banco dos réus na Corte Interamericana de Direitos Humanos, onde será condenado a pagar pesadas indenizações às famílias dos presos assassinados sob a custódia estatal, não vai resolver nada.
O Maranhão já foi denunciado de outras vezes pela mesma Corte Internacional também por violação de direitos humanos.
Mas o Povo do Maranhão, este sim, é que tem sido o maior condenado ao ter violados os seus direitos humanos, todos eles, e o pior, que condenado por si mesmo, ao consentir, ainda que em maioria ínfima de eleitores, que essa raiz de todos os atrasos ainda sustente essa macróbia arvore do mal.
2 comentários:
Boa noite Senhor Ministro. Meus respeitos.
Conhecemos algumas pessoas do Sistema de Segurança, por convivência profissional. Algumas dessas, às escondidas, criticavam o trabalho pedagógico que estava tentando implantar a Senhora Secretária Eurídice Vidigal, acordando as comunidades para os pequenos deslizes que se iniciam em casa e terminam, quase sempre, entre as grades. A convivência doméstica, a prática esportiva, a convivência transparente entre pais e/ou responsáveis e os filhos. Enfim, o "caminho para a cidadania". Eram críticas e comentários constrangedores - felizmente, quase sempre contra a "Secretária" e não contra a "pessoa".
Há alguns dias, elgumas dessas pessoas, literalmente atingidas na "medula óssea" da Segurança, demonstravam de forma transparente o sentimento da saudade.
Teríamos atingido, sim, a maioria dos objetivos tentados naquela oportunidade.
Aqui e alhures, o crime foi banalizado. A impunidade tem fomentado e fortalecido o crime - também nos altos escalões sociais.
Os operadores da Lei - sei que o senhor já foi um desses - se omitem e se escondem atrás de um "direito humano" e de uma "falsa democracia".
Lamentavelmente, em algumas entrevistas, o atual Senhor Secretário de Segurança tem deixado transparecer a idéia de que, para a barbárie cometida, "pode ter havido algo de fora para dentro", mas com conotações políticas. Para um servidor público, da Polícia Federal, isso é um verdadeiro absurdo.
Minha falecida vovó costumava dizer que, "quem se preocupa com a panela do vizinho, acaba deixando o seu arroz queimar".
É claro que as falhas estão nas ações locais. Não adianta nacionalizar ou continentalizar um fato desses, afirmando que ele acontece em qualquer lugar. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Existem comentários que dão conta de que a "revista" para as visitas é rigorosíssima e, entre as mulheres, até constrangedora ao extremo. E isso sugere a pergunta: como entram tantas armas num presídio? Será que não é o próprio sistema que está precisando ser investigado, antes de banalizar as coisas e ficar dizendo que isso acontece em qualquer lugar ou tentar politizar uma situação dessas? Abraços Ministro.
Genial Amigo,
Somente lembrado que foram 18 vidas.
Rezemos por estas vidas.
Postar um comentário