terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cabeças Cortadas

Não é segredo que a administração do sistema penitenciário no Brasil é, muitas vezes, refém do tráfico de drogas que atua dentro das prisões.

A autoridade maior dos presídios consegue manter a ordem, muitas vezes, fazendo vistas grosas ao consumo de drogas entre os detentos.

Nos infernos em que vivem, e a maioria deles sem ter sido ainda sequer condenada, alegam que não dá para encarar numa boa a realidade cruel de todo dia. Daí a dependência da droga.

Nunca antes na história do Maranhão, em nenhum Governo, aconteceu rebelião em presídio com essas proporções – 14 mortos, 3 dos quais com as cabeças decepadas, outros castrados antes. Tudo em rompantes de um só dia.

Não é nem o caso de superlotação no presídio. O corte súbito da entrada da droga gerou o desespero e essa doideira geral.

Há solução para tudo no mundo, exceto para a morte e para os impostos. Há solução também quando a raiz das coisas que não prestam é uma elite política carcomida, egoísta, despreparada, anacrônica, indiferente aos sentimentos das pessoas e às realidades e do mundo circundante.

Levar o Maranhão outra vez ao banco dos réus na Corte Interamericana de Direitos Humanos, onde será condenado a pagar pesadas indenizações às famílias dos presos assassinados sob a custódia estatal, não vai resolver nada.

O Maranhão já foi denunciado de outras vezes pela mesma Corte Internacional também por violação de direitos humanos. 
 

Mas o Povo do Maranhão, este sim, é que tem sido o maior condenado ao ter violados os seus direitos humanos, todos eles, e o pior, que condenado por si mesmo, ao consentir, ainda que em maioria ínfima de eleitores, que essa raiz de todos os atrasos ainda sustente essa macróbia arvore do mal.

2 comentários:

Anônimo disse...

Boa noite Senhor Ministro. Meus respeitos.
Conhecemos algumas pessoas do Sistema de Segurança, por convivência profissional. Algumas dessas, às escondidas, criticavam o trabalho pedagógico que estava tentando implantar a Senhora Secretária Eurídice Vidigal, acordando as comunidades para os pequenos deslizes que se iniciam em casa e terminam, quase sempre, entre as grades. A convivência doméstica, a prática esportiva, a convivência transparente entre pais e/ou responsáveis e os filhos. Enfim, o "caminho para a cidadania". Eram críticas e comentários constrangedores - felizmente, quase sempre contra a "Secretária" e não contra a "pessoa".
Há alguns dias, elgumas dessas pessoas, literalmente atingidas na "medula óssea" da Segurança, demonstravam de forma transparente o sentimento da saudade.
Teríamos atingido, sim, a maioria dos objetivos tentados naquela oportunidade.
Aqui e alhures, o crime foi banalizado. A impunidade tem fomentado e fortalecido o crime - também nos altos escalões sociais.
Os operadores da Lei - sei que o senhor já foi um desses - se omitem e se escondem atrás de um "direito humano" e de uma "falsa democracia".
Lamentavelmente, em algumas entrevistas, o atual Senhor Secretário de Segurança tem deixado transparecer a idéia de que, para a barbárie cometida, "pode ter havido algo de fora para dentro", mas com conotações políticas. Para um servidor público, da Polícia Federal, isso é um verdadeiro absurdo.
Minha falecida vovó costumava dizer que, "quem se preocupa com a panela do vizinho, acaba deixando o seu arroz queimar".
É claro que as falhas estão nas ações locais. Não adianta nacionalizar ou continentalizar um fato desses, afirmando que ele acontece em qualquer lugar. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Existem comentários que dão conta de que a "revista" para as visitas é rigorosíssima e, entre as mulheres, até constrangedora ao extremo. E isso sugere a pergunta: como entram tantas armas num presídio? Será que não é o próprio sistema que está precisando ser investigado, antes de banalizar as coisas e ficar dizendo que isso acontece em qualquer lugar ou tentar politizar uma situação dessas? Abraços Ministro.

COM CONTINUAÇÃO - POR FELIPE KLAMT disse...

Genial Amigo,

Somente lembrado que foram 18 vidas.
Rezemos por estas vidas.