segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pós Eros

Eros saiu quase no passado do verbo quase sem tempo de dizer adeus.

Os versos de Torquato bem que caberiam no seu epitáfio de magistrado – Adeus, vou pra não voltar / e onde quer que eu vá / sei que vou sozinho...

Sua curta passagem pelo Supremo Tribunal Federal ainda lhe deu tempo para estar no Tribunal Superior Eleitoral onde sem pressentir o espírito democrático da Constituição da República deixou-se engabelar e acabou, não obstante sua boa - fé, sendo o carrasco que guilhotinou quase 1 milhão e meio de votos dos maranhenses que elegeram Jackson Lago Governador do Estado em 2006.

E partir daí a sua autoridade ainda convalidou as maiores ofensas ao texto constitucional.

O doutor Tancredo me contou que Deus quando quer por um homem a perder-se o enlouquece se não se sair bem numa dessas três provações.

Primeiro, lhe dá muito dinheiro, e se ele não fica maluco, põe à sua frente muitas mulheres. Se ele não fica maluco com tantas mulheres, então lhe dá algum poder intelectual ou institucional.

Se com tanto poder ele, ainda assim, não enlouquece então Deus o põe na política. E se na política ele não enlouquece, aí vai estar sempre do lado do bem, trabalhando a política como instrumento de transformação social. Passa a ser o cara.

O Eros chegou rico de dinheiro ao poder institucional do STF e do TSE, onde ainda teve tempo de escrever e publicar um livrinho de sacanagens eróticas. Nenhum opúsculo sobre os seus julgados.

No TSE, com certeza, Ignorou preceitos básicos da Constituição da Republica e, perdendo o respeito dos alunos, antecipou sua aposentadoria da cátedra na Faculdade de Direito da USP.

Fatigado, antecipou sua saída do TSE. E ficou contando as horas para sair do STF. Eros Grau, por sua arrogância intelectual, nunca estará próximo às lembranças de um Pedro Lessa ou de um Enéas Galvão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pôxa, como está bem redigido, o texto, as palavras encaixam certinho no perfil desse Juiz.
REalmente, noslembraremos como um malversado Juiz.