segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sobre a Obsessão


A história está repleta de histórias de pessoas que grudando-se na ambição se tornaram tão obsessivas ao ponto de não querendo saber de valores, de princípios, de ideais, se especializaram em rasteiras achando que todo mundo é bobo e que só eles é que são sabidos.

A história está repleta de histórias de pessoas assim que morreram, umas atropeladas e outras até de morte morrida, mas que não chegaram aonde a sua ambição obsessiva pretendia.

Isto porque há uma enorme diferença entre sonho com idealismo e ambição puramente pessoal.

O poema a seguir, da autoria de Gilberto Gil, por ele também musicado, fala de uma idéia até certo ponto justificável, compreensível. O cara queria que a família não sofresse tanto, que tivesse a garantia de um pecúlio depois da sua morte.

Mas aquela idéia de uma motivação bem humana acabou virando obsessão. E olha só, nos versos do poeta Gil, o que se sucedeu com o rapaz.

"Ele falava nisso todo dia,
Ele falava nisso todo dia
A herança, a segurança, a garantia,

Pra mulher, para a filhinha,  pra família,
Ele falava nisso todo dia... 
Ele falava nisso todo dia, 
Ele falava nisso todo dia
O seguro da família, o futuro da família,
O seguro, o futuro, 
Ele falava nisso todo dia.

Alaá, alaiá, alaiaialeluia
Alaiá, alaiá, alaiaialeluia

Ele falava nisso todo dia,
A incerteza, a pobreza, a má sorte,
Quem sabe lá o que aconteceria?,

A mulher, a filhinha, a família desamparada,
Retrata a carreira frustrada de um homem de bem,
Ele falava nisso todo dia,

O seguro de vida, o pecúlio,
Era preciso toda a garantia,

Se a mulher chora o corpo do marido,
O seguro de vida, o pecúlio 

darão a certeza do dever cumprido,

Alaiá, alaiá, alaiaialeluia
Alaiá, alaiá, alaiaialeluia

Ele falava nisso todo dia,
Ele falava nisso todo dia
Se morresse ainda forte, 

um bom seguro era uma sorte
pra família, a loteria 
Ele falava nisso todo dia...

Era um rapaz de vinte e cinco anos,
Era um rapaz de vinte e cinco anos
Hoje ele morreu atropelado 

em frente à companhia de seguro
Oh! que futuro!
Oh! Rapaz de vinte e cinco anos

Alaiá, alaiá, alaiaialeluia
Alaiá, alaiá, alaiaialeluia"

Como dizem os franceses, ah se a juventude soubesse. Ou nosso Lupiscínio Rodrigues – esses moços, pobres moços / ah se soubessem o que eu sei...

3 comentários:

Antonio Gomes disse...

Oi vidigal, que tal se um dos candidatos ao Senado pelo PSDB desistisse dessa obsessao em disputar o Senado? so assim a oposicao ao grupo Sarney teria condicoes em eleger um representante!

Eduardo Tajra disse...

Humm...

Que tal se a Roseana desistisse de competir ao Governo?

Que tal se Lula desistisse de "fazer" sua sucessora?

Que tal se Sarney desistisse de eternizar sua família no poder do Maranhão?

Que tal se o Lula parasse de sacrificar o Maranhão?

Que tal se acabassem com as suplências e com os Senadores sem votos?

Que tal se pessoas desqualificadas para exercerem o mandato de Senador desistissem de buscar esta eleição apenas para terem oito anos de im(p)unidade e uma boa parcela de poder?

Que tal se nossos candidatos a Senador enfrentassem uma roda de debates sobre o que poderão fazer pelo Maranhão caso eleitos?

Que tal?

Que tal, se, eu acho e tantas outras palavras que embalam os sonhos daqueles que são dados a devaneios cognitivos não combinam muito com o jogo político, afinal de contas "A política é a arte do possível" (Otto von Bismarck), desta feita é melhor preocupar-se com "o que é" e não com o que "poderia vir a ser".

concordam?

Bem, retornando ao assunto, Já vi que o Vidigal encara o debate, estou ansioso para ver quem mais aceita o desafio.

Dourivan Lima disse...

Ministro,

Tendo em vista a inclusão do senhor entre os prováveis vices de Serra, pergunto respeitosamente:

- A mensagem da letra e especificamente o refrão "Alaiá, alaiá, alaiaialeluia" não se referem a nenhum outro "vice-presidenciável", né?