segunda-feira, 14 de junho de 2010

Namorados

Não são apenas as cartas, aquelas de amor sobre as quais o poeta falou que eram até ridículas.

E o amor quer saber disso? O amor ignora conceitos circundantes, circunstâncias, preconceitos.

O amor não se incomoda querendo saber sobre o que dizem ou irão dizer por aí as bocas do inferno, as línguas de trapo, as invejas de todo tipo.

O amor se faz de surdo e só tem ouvidos para o que ela, a amada, tem a dizer com palavras, gestos e até com silêncios.

O amor produz cegos que vêem longe e que, acalentados e sublimados, se entregam ao sonho tirado até dos cochilos intercorrentes.

O amor paralisa as ansiedades inseguras nos cais sem ancoras para as esperas.

O amor não tem medo de nada. Acorda cedo e sai correndo na manhã sonolenta ou encara um chuveiro com água fria no findar da madrugada.

O amor é rico na fé, generoso na dificuldade, corajoso na esperança. É perseverante, seguro e determinado.

O amor consciente não recua. O amor abrasado não está para brincadeira, queima mesmo.

O amor plural se concilia em cada diversidade de espaço, amor de pai, amor de mãe, amor de irmã, amor de avó, amor de avô, amor de filha, amor em família e isso tudo é combustível de harmonia, essência de paz, alegria de viver.

Como foi que definiu o Apóstolo Paulo em Coríntios 1/13, sempre cabível em leituras nas cerimônias de casamento?

Abre aspas. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso.

O amor não se vangloria, o amor não se ensoberbece, o amor não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal.

O amor não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade.

O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos. Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, - e ainda é o Apóstolo quem fala, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé e a esperança e o amor. Destes três; o maior é o amor. Fecha aspas.

Digo eu, não tenham medo e nem vergonha de se amarem. Amem infinitamente, amem-se. Amém, namorados.

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