quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Chocolateria

Quem é que ouvindo falar em Copenhague não se contagia logo, a partir da boca, de uma ansiedade irrefreável por chocolate?

Em Copenhague, Dinamarca, onde está fazendo um frio abaixo de zero grau, o que tem mais por lá a estas horas é gente do Brasil.

Dentre todos os países do mundo interessados na resolução dos problemas ensejadores do aquecimento global, a maior delegação é a do Brasil.

Andar agora por alguma rua de Copenhague é como se sentir no burburinho da Santa Efigênia em São Paulo ou da 46ª Street em Nova Iorque.

Brasileiro em magotes pelas ruas, e ainda mais fora do Brasil, é de encabular quem, mesmo não fazendo parte da mangoça, assiste a tudo a pouca distancia, se envergonha e se cala.

Quando muitos da maior delegação do planeta descobriram que Copenhague não é só uma marca de chocolate, e que na cidade ainda há um plus, exatamente a conferencia em busca de meios para se reduzir o calorzão matogrossense que ameaça desbancar o do Piauí, ainda assim ninguém pensou em voltar.

Coisas interentassímas estão acontecendo para todo mundo contar.

Dilma pediu um omelete e ninguém no restaurante do hotel sabia o que era omelete.

A diplomacia foi mobilizada e o embaixador jeitosamente conseguiu o omelete. Sem quebrar os ovos, certamente.

Minc, o nosso Ministro do Meio Ambiente, falou umas coisas que ninguém entendeu, nem mesmo a chefe da delegação, no caso Dilma, a qual de pronto o contestou mandando que se ele explicasse.

Ela própria leu um discurso afirmando que o meio ambiente não é essas semanas da pátria cheias de benesses, ao contrário é uma desgraça.

Da maior importância para o centro de gravidade do planeta a contestação de Dilma à proposta de Marina, a qual falou argumentando que se o Brasil empresta dinheiro para o FMI bem que poderia botar um 1 milhão de dólares na vaquinha dos países interessados no desaquecimento.

Um bilhão de dólares, minha filha, rebateu Dilma, não dá nem para fazer cosquinha. Depende.

Marina rebateu acusando a colega de grosseria e explicando que a intenção é constranger os países ricos tipo assim, ora se o Brasil que ainda é apenas um emergente pode dar 1 bilhão, por que vocês, ricaços, não podem doar 1 trilhão?

Um bilhão para Dilma nem faz cosquinha.

Outras coisas, igualmente, interessantes estão acontecendo em Copenhague hoje. Inclusive a busca frenética por chocolaterias, já que numa temperatura abaixo de zero ou se sorve umas vodkas ou se bebe pacientemente alguns bules de chocolate quente, bem quente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Ministro, boa tarde.
Manhã cedo, ainda quase madrugada, estação de Campo Grande no ramal de Santa Cruz, no Rio de Janeiro: uma xícara de chocolate caía muito bem. E olhe que o frio do Rio de Janeiro, em junho ou julho, nem é tão intenso assim. Mas o que aquecia mesmo era a superlotação do trem, onde nenhum desodorante resolve a parada.
Agora nossa Dilminha tá pensando que o Brasil é o quê? Imagine Dilma Presidente. Dizer que esse valor não faz cosquinha, ela é quem está precisando passar pena de pata na sola do pé. Talvez faça cosquinha.
Ou, por outra, "coçar frieira na beirada da rede" - que coisa mais maravilhosa. Criança que nunca teve frieira nem a coçou na beirada da rede, também não vai encontrar nada para fazer cosquinha. Imagine 1 bilhão. A esta agora, por aqui, tá todo mundo grunhindo pelo "faz-me rir" e a mulher que acha que vai ser Presidente quer sentir cosquinha. Ora me compre um bode, de preferência mocho. Abraços.