domingo, 2 de agosto de 2009

Retrocesso

Depois de tantas e mais tantas ensejando averiguações policiais por ilícitos em tese, Fernando Sarney apronta mais uma a chamuscar a biografia, a estas alturas no original com mais de mil páginas, do seu amantíssimo pai.

O homem que quis entrar para a história como exemplo de tolerância democrática, jactando-se de nunca ter mandado processar um único jornalista, pelo menos enquanto foi Presidente da Republica, desponta a estas alturas na cumplicidade de um grave atentado a um dos mais sagrados direitos da cidadania, o direito à informação, indissociável da liberdade da imprensa.

A censura ao jornal O Estado de São Paulo, por decisão judicial, aliás, secreta, revela, no mínimo, o espírito autoritário e retrógrado com que o filho-problema do atual presidente do Senado norteia suas ações empresariais.

Isso soa ainda mais esquisito, totalitário, quando Fernando Sarney é o administrador das empresas e veículos de comunicação social da sua família, a qual abusando todo dia do direito à liberdade de imprensa o que mais tem feito é ofender a honra dos que se opõem democraticamente à oligarquia decadente e cruel que, à sombra do poder político de seu pai, ainda domina o Maranhão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Ministro Vidigal, boa noite!
Fico eu aqui pensando: como é que um dono de fazenda, com vários e vários bois e cabras quer determinar que, "a partir de determinado momento" nenhum bode, nenhuma cabra, vaca ou boi pode berrar.
Como é que um proprietário de uma empresa de comunicação pode argüir o direito de "calar" a voz, no caso, a pena, como se dizia antigamente, de um profissional da comunicação?
Quer dizer, cala aquela voz que está lhe incomodando, mas não cala a voz a serviço dele que está incomodando a outros. Pode? Bom, pode até ser que possa, mas só se for nas capitanias hereditárias! Ô tristeza!

Roberto Montenegro disse...

Alo Ministro

Não podemos esquecer de quantas vezes ele processou o Jornal Pequeno e alguns blogueiros da Mirantes.