terça-feira, 30 de junho de 2009

Dois Prá Lá, Dois Prá Cá

O DEM, antigo PFL, resolveu pedir o afastamento de José Sarney da Presidência do Senado, pelo menos enquanto durarem as investigações sobre as várias irregularidades denunciadas, dentre elas as centenas de atos secretos que beneficiaram alguns parentes e outros aderentes, configurando desvios de funções.

O Senador Demóstenes Torres explicou que os três votos divergentes na reunião da bancada não foram favoráveis a que Sarney continue no cargo. Ao contrário, três Senadores do DEM queriam o seu afastamento definitivo.

O PSOL, o partido que tem como Presidente a ex Senadora Heloisa Helena, protocolou pedido para que Jose Sarney responda a processo na Comissão de Ética.

O líder do PSDB, Senador Arthur Virgilio, já havia pedido em discurso da tribuna do Senado a instauração de processo na Comissão de Ética contra o atual Presidente da Mesa por entender que ele não dispõe mais moralmente das condições mínimas para continuar no cargo.

Sarney, que contra sua intuição cedeu às pressões domésticas para se candidatar à Presidência do Senado pela terceira vez, e depois de ter dito várias vezes ao Presidente Lula que não seria candidato, mas o sendo à ultima hora, e derrotando o Senador Tião Viana, o candidato do Presidente da Republica, está hoje naquela de que se arrependimento matasse estaria morto.

Não está ainda morto, é certo. Mas está moribundo. É moribundo político que muito dificilmente sairá com saúde moral da UTI política em que a família acabou por segregá-lo.

Há décadas, desde que saiu da Presidência da República, que Jose Sarney vem tentando se escafeder dos imbróglios da política.

Foi convencido de que com Collor Presidente precisaria de um mandato para não ser preso.

Collor havia prometido que mandaria prende-lo. Pura intimidação e os dois hoje, Sarney e Collor, parecem amiguinhos de infância.

Depois do primeiro mandato de Senador pelo Amapá, e essa história é comprida, Sarney foi ficando, mas sempre com um pé e um olho fora, querendo sair.

Seu sonho é a consagração igual a um Jorge Amado como escritor e a um Bandeira Tribuzi como poeta.

Sua poesia de um realismo fantástico rivaliza com Coelho Neto, o príncipe dos poetas, de quem retira a paráfrase do seu poema preferido – Sei Pai é desdobrar fibra por fibra / ser avô é padecer no paraíso...

Sarney hoje estaria feliz com as liturgias da Presidência do Senado, sem perder tempo com os almoxarifados, despensas e lixeiras, se a decisão de encarar a disputa contra o Senador Tião Viana não fosse movida apenas por razões familiares.

Acreditava Sarney, que poderia emparedar o Presidente Lula levando-o a demitir o Ministro da Justiça Tarso Genro ou, no mínimo, alguns de seus subordinados mais importantes.

Como Presidente do Senado poderia tirar seu filho Fernando e alguns dos seus operadores do foco das investigações da Receita Federal e da Policia Federal.

E ainda, de quebra, tirar o Governador eleito Jackson Lago do cargo de Governador do Maranhão, restabelecendo através da filha Roseana a sua oligarquia decadente e cruel.

O Maranhão, depois de 40 anos da oligarquia Sarney, disputa com Alagoas o ultimo lugar em tudo que não presta no Brasil, o maior atraso econômico, a maior pobreza social.

Como estamos vendo nos últimos dias, deu tudo errado para Jose Sarney.

Tem um ditado que diz que todo sabido tem o seu dia de besta. O doutor Tancredo advertia sempre que a esperteza quando é demais vira bicho e engole o esperto.

Sarney nessa cena de agora bem que nos faz lembrar aquele bolero de João Bosco e Aldir Blanc, na voz de Elis Regina. Sentindo frio em minh´alma / te convidei prá dançar... / são dois pra lá / dois pra cá... E ainda tem aquela ponta do torturante bandeide no calcanhar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dr. Edson Vidigal, nesse momento importante para a história desse nosso Maranhão, e do país, entendemos (pois a idéia vem das ruas) que se vc e o Sr. José Reinaldo tiverem disposição darão o xequemate no presidente do senado.