sábado, 2 de maio de 2009

Memória Curta

Já quase ninguém fala que essa estória do uso irregular das passagens aéreas pagas com dinheiro público começou no Senado quando o site Congresso em Foco divulgou que a senadora Roseana Sarney havia utilizado créditos de sua cota parlamentar para bancar fim de semana de parceiros de carteado.

Após esta revelação, veio outra, a de que a jogatina foi na casa oficial do Presidente do Senado, um imóvel suntuoso na beira do Lago Paranoá, utilizado apenas para reuniões, já que o seu pai, o Presidente do Senado, mora numa mansão particular.

O foco do escândalo ainda passeou na mídia mostrando a cara de uns dois ou três outros senadores, mas logo foi escarafunchar a Câmara dos Deputados, mostrando dezenas de condenados à execração pública, até sair uma Resolução da Mesa restringindo o uso das passagens apenas aos parlamentares e a seus assessores, quando for o caso.

Sabe-se agora que a declaração de Lula considerando hipocrisia essa condenação ao uso das cotas de passagens áreas por não parlamentares foi parte de um acordo entre ele e os Presidentes da Câmara e do Senado, uma forma do Presidente da República, com credibilidade alta junto à população, dar uma força ao Congresso, como se solidarizasse com os indigitados.

Lula, no entanto, ao cumprir o trato, não o fez de forma absoluta. Ressalvou condenando os que fizeram turismo interno ou no estrangeiro com as passagens aéreas pagas com o dinheiro público."Não acho um crime um deputado dar uma passagem para um dirigente sindical ir a Brasília.

"Quando eu era deputado, - revelou - muitas vezes convoquei dirigentes da CUT e outras centrais para se reunir com passagens do meu gabinete. Graças a Deus, nunca levei nenhum filho meu para a Europa.

"Mas um deputado levar a mulher para Brasília, qual é o crime? Falam como se fosse um novidade uma coisa que é mais velha do que a história do Brasil". "Esse assunto está há um mês na imprensa e temos coisas mais importantes para discutir."

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa tarde Ministro Vidigal:
E qual seria esse assunto mais importante para discutir? Só aqueles que convierem ao Senhor Presidente?
Volto a insistir na tecla: "Por que o Ministro Joaquim Barbosa foi literalmente retirado da votação no julgamento Jackson, com um arranjo de uma homenagem pessoal?
Quer dizer, então, que o Presidente Lula acha que, só porque o assunto é mais velho que o Brasil isso deixa de ser errado?
Qual é? Que Presidente é esse?
Que país é esse?
Voltando ao Ministro Joaquim: agora tentam jogá-lo contra a opinião pública! Claro que cabe aí algum tipo de preconceito racial!
Por que não procuram uma explicação para o que ele disse do Gilmar Mendes ("Vossa Excelência está acabando com o Judsiciário brasileiro" - e por quê o Ministro Gilmar está fazendo isso?). Só porque é o Presidente do STF, não pode estar fazendo algo errado? Quer dizer que, se fosse um "Zé Ninguém", a denúncia, por si só, seria possível de investigação?