terça-feira, 26 de maio de 2009

Aviso Aos Navegantes

Há quase dois anos, em julho de 2007, a coluna Painel, da Folha de São Paulo, num tópico veiculou maldosamente que Milton Zuanazzi, então diretor da Agencia Nacional de Avião Civil, a Anac, mantinha "relações promiscuas" com as empresas aéreas.

Assim, queria dar a entender que ele, Zuanazzi, tinha alguma responsabilidade, indireta que fosse, com o acidente do avião da TAM, vôo 3054, aquele em que morreram 199 pessoas.

Agora, o jornal, e também a jornalista Renata Lo Prete, editora da coluna Painel, foram condenados a pagar indenização por dano moral ao então diretor da Anac no valor de 139 mil e 500 reais.

Na sentença, a juíza Maria Lúcia Rodrigues observou que o fato da reportagem ter sido publicada logo após a queda do avião da TAM  "vincula o desastre à atuação da Anac e a uma suposta ligação escusa de seus dirigentes com as empresas aéreas".

A juíza afirmou que "o texto induz à crença de que entre as causas do grave acidente estaria a corrupção dos agentes da Anac". "Uma notícia assim veiculada torna-se ainda mais grave quando dirigida a um leitor tomado pela comoção que aquela tragédia sem precedentes na história da aviação brasileira causou", concluiu a juíza.

Segundo a reportagem publicada três dias após o acidente, Zuanazzi seria o encarregado dentro da Anac, de defender os interesses da empresa GOL. "No mapa da Anac, a diretora Denise Abreu é TAM, enquanto Zuanazzi e o diretor Leur Lomanto são GOL", afirmava a a coluna. 

No processo, segundo informa o site Coletiva.Net, o ex-diretor da Anac argumentou que, ao contrário do que foi apresentado no jornal, a Infraero foi a responsável por liberar a pista que contribuiu para o acidente do voo 3054; e não ele.  Zuanazzi salientou, ainda, que a Folha produziu contra ele acusações que não poderia sustentar na intenção de eleger um culpado pela crise aérea.

A Folha, por outro lado, alegou que a coluna tratava apenas de questões referentes à Anac, e não a Zuanazzi, "que somente exercia o cargo de presidente daquela agência".

O jornal lembrou, ainda, que após os acidentes com os aviões da Gol e da TAM, todos os meios de comunicação se empenharam na cobertura do caos aéreo, o que gerou ampla "vigilância" aos responsáveis pelos órgãos de fiscalização. Além disso, segundo a defesa da Folha, parte dos depoimentos foi prestada por parlamentares do governo e da oposição - então integrantes da CPI do Apagão Aéreo - e que seus nomes não seriam revelados por resguardo do sigilo das fontes.

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