Carreira Solo

Derrotada no primeiro e no segundo turno das eleições, depois diplomada Governadora por uma decisão judicial equivocada, e não definitiva, a senhora Roseana Sarney Murad disse que não agüenta mais essa vinculação que fazem do seu nome com a oligarquia, cujo chefe maior é o seu imortal genitor.

"Sempre fui eu que governei, as responsabilidades são minhas. Se tiver algum processo, quem responde sou eu, não é José Sarney."

Mas não tem sido assim.

Quando se ficou sabendo da existência de uma empresa chamada Lunus, funcionando concomitantemente ao seu Governo, sendo sócios a própria Governadora e seu marido Secretário do Planejamento e Orçamento, Jorge Murad, empresa da qual a Policia, cumprindo ordem judicial, retirou uma dinheirama de origem até hoje não esclarecida convincentemente, tantas foram as versões a cada hora apresentadas, foi o pai dela, um grande pai, quem ficou sem dormir e atormentando madrugada a dentro raros amigos, como eu, suplicando ajuda para tirar a filha querida daquela enrascada.

Depois, quando o Ministério Público a denunciou por crimes capitulados no Código Penal foi o pai dela, mais uma vez, quem recorrendo a raros amigos, como eu, conseguiu mais uma vez excluí-la de acusações tão graves.

O mais recente favorecimento à filha ingrata e mal agradecida foi este em que, mesmo depois de ter perdido as eleições em dois turnos sucessivos de votação, ainda assim recebeu por artes imperscrutáveis do pai o diploma que lhe garantiu poder dizer agora que não pertence a essa oligarquia que só tem causado a miséria social no Estado.