da Folha Online
A Secretaria de Estado da Educação anunciou nesta quarta-feira que que os professores que aderiram à greve terão os dias parados descontados de seus salários. A categoria está de braços cruzados desde o último dia 16.
Em um comunicado, a secretaria também informou que a convocação de professores substitutos está autorizada. São cerca de 20 mil profissionais, todos cadastrados nas 91 Diretorias de Ensino da rede, que podem ser chamados para a substituição.
A pasta espera que a reposição de aulas seja pequena em julho. Ou seja, os professores faltantes não precisarão repor aulas na maioria dos casos, fincando sem remuneração por esta reposição, de acordo com o comunicado.
Segundo a Apeoesp (sindicato dos professores estaduais), 75% dos 230 mil professores aderiram à paralisação. Já o governo fala que menos de 2% da categoria aderiu à greve.
Na pauta de reivindicações da categoria está a revogação de um decreto governamental que trata do sistema de contratação e substituição de professores. Além disso, os professores querem também o aumento real de 35% do salário --para cobrir perdas salariais dos últimos dez anos-- e o fim da política de bonificação, que são valores acrescentados ao salário mensalmente. Os professores querem que esses bônus sejam incorporados ao salário nominal, e então se aplique o reajuste.
Na segunda-feira (30), a Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou o projeto de lei que reclassifica os salários dos professores e dos servidores do quadro de apoio da Secretaria da Educação, incorporando as gratificações. Com a aprovação, o salário-base de professores, diretores e supervisores sofre um aumento de até 12,2%, segundo a secretaria.
Para a presidente da Apeoesp, professora Maria Izabel Azevedo Noronha, estranho seria se o governo anunciasse que não iria descontar os dias parados dos professores.
"Isso só reforça a posição autoritária desse governo, que não reconhece o sindicato e o movimento grevista. No entanto, eles já estão admitindo a paralisação, já que liberaram professores substitutos", afirmou a presidente do sindicato.
Nesta sexta-feira (4) os professores voltam a se reunir em assembléia para decidir os rumos da greve. Eles se reunirão novamente no vão livre do Masp, na avenida Paulista, região central de São Paulo. Nos dias 13, 20 e 27 os professores realizaram assembléias seguidas de passeatas, prejudicando o trânsito na cidade.
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