quarta-feira, 9 de julho de 2008

Corrupção no Mundo ao Preço das Grandes Guerras

A corrupção anual no mundo, avaliada em US$ 1 trilhão, é quase o mesmo valor gasto mundialmente com armamentos militares, orçado em US$ 1,3 trilhão. As despesas com corrupção são avaliadas com base em critérios de boa governabilidade pelo Banco Mundial (BIRD) em 212 países. Já os dados sobre armamentos militares fazem parte do relatório anual do Instituto de Estudos para a Paz de Estolcomo (SIPRI), na Suécia, divulgado no último mês.

A despesa global com armamentos aumentou 6% de 2006 para 2007, chegando a US$ 1,339 trilhão (R$ 2,179 trilhões), segundo relatório do Instituto de Estudos para a Paz de Estocolmo. Esse número corresponde a 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial e representa um aumento de 45% desde 1998. O Brasil ocupa o 12º lugar entre as nações que mais investem em armamento, com gastos de US$ 15,3 bilhões ou 1% do total mundial.

Os Estados Unidos lideram os gastos com a corrida armamentista, com 45% do valor mundial destinado aos fundos de armamento. Desde a Segunda Guerra Mundial, o ano de 2007 foi o que mais os EUA gastaram com armamentos (US$ 547 bilhões), segundo o relatório. O Reino Unido ocupa o segundo lugar com US$ 59,7 bilhões. Por sua vez, a China aparece logo após com US$ 58,3 bilhões investidos no setor. A instituição que realizou a pesquisa não inclui a Coréia do Norte na lista.

Já o índice de percepção da corrupção é medido por seis critérios, entre eles, a estabilidade política, o controle da corrupção, a eficácia dos serviços públicos e o grau de participação dos cidadãos. O relatório de governabilidade do Banco Mundial é feito a partir da análise de centenas de pesquisas de opinião com cidadãos dos países estudados. Mais de 30 instituições diferentes, supervisionadas pelo BIRD, realizam essas pesquisas, desde 1996.

O relatório mais recente da organização, com dados de 2007, mostra que diversos países em desenvolvimento conseguiram ganhos importantes no controle da corrupção. Por outro lado, o Brasil não apresentou mudanças significativas nos indicadores, registrando piora em quatro aspectos em relação a 2006: grau de participação dos cidadãos, regime de direito, estabilidade política e controle da corrupção. Nos dois últimos gêneros, o país registrou seus piores desempenhos.

No ano passado, o relatório sobre 2006 apontou que o Brasil teve o pior controle da corrupção em dez anos. O índice brasileiro de controle de corrupção caiu para 47,1 em 2006, em uma escala que vai de zero a cem. Em 2000, o país chegou a ter um índice de 59,1. No entanto, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, à época, rebateu os indicadores. “O índice não mede o combate, e sim reflete apenas percepções sobre os fatos que são revelados sobre esse crime. E isso tem realmente aumentado no Brasil a partir do momento em que se passou a investigar e revelar atos corruptos que sempre existiram”, apontou Hage.

(Fonte: Contas Abertas)

Nenhum comentário: