Nem
mesmo na idade provecta o homem que, dizem, foi o melhor governante de Israel
perdeu o encanto com que atraia o respeito e a admiração das mulheres.
Segundo
a Bíblia, Salomão contabilizou só no estrangeiro, além da filha do Faraó,
setecentas esposas dentre as moabitas, amonitas, sidônias e hetéias, afora suas
trezentas concubinas.
A
Rainha de Sabá, que já inspirou até épico de Cecil B. de Mille, foi outra que,
como nosso amigo Chico Maranhão, atravessou o mar a remo e a vela, pulou
cancelas e quintais, só pra saber se Salomão era mesmo o homem sobre quem tudo
de bom se dizia.
Depois
veio o Cristo e inovou – “aquele que
olhar para uma mulher pensando em cobiça-la, já comete adultério em seu
coração”. Também em atitudes desafiantes ele interferiu em defesa das
mulheres. Atire a primeira pedra quem nunca pecou. E assim impediu que Madalena
fosse apedrejada.
A
bolota em que está a terra gira, gira, muita coisa muda e outras tidas como
ultrapassadas se renovam a com os avanços da ciência.
Hoje se
sabe, por exemplo, que um sentimento chamado amor se expressa conforme a nossa
poção de serotonina e que paixão é um incêndio rápido, mas devastador, atiçado
por hormônios e neurotransmissores ejetados pelo cérebro.
Não vai
demorar e estará nas farmácias, livre de receita médica, um spray com a mistura
química capaz de amarrar mesmo um casal e, dizem os cientistas, que nem Salomão
com todo seu charme atrairia hoje para seus domínios aqueles milhares de
mulheres.
As
mulheres, que durante séculos e mais séculos formaram minorias nas populações
do mundo, sempre tiveram a oprimi-las as maiorias formadas pelos machos, seus
dominadores.
Eles
faziam e ainda fazem as leis para as mulheres respeitarem. Ditavam praticas
opressivas, muitas até desumanas, como ainda hoje as de que temos noticias em seitas
religiosas e até em campos de refugiados no oriente médio.
Quando
foi possível a uma mulher exercer uma função de Estado a história registra
resultado positivo. No tempo em que Israel foi governador por Juízes, Ruth foi
a primeira Juíza.
Judite
foi outra a quem seu Povo, no seu tempo, tudo deve. Foi a sua coragem e
determinação que salvaram Israel quando tudo parecia perdido para o invasores
assírios.
Ester,
a rainha dos judeus desmontou o plano de Hamã para acabar com os seus
compatriotas.
E quanto
ao bem depois, por que não lembrar Joana Darc, a guerreira? De Elizabeth I, que
consolidou o que hoje é o Reino Unido? De Anita Garibaldi, heroína dos pampas
brasileiros? Madame Curi, a cientista pioneira nas descobertas para a cura do
câncer? A lista é incontável.
Dizer
que as mulheres se inclinam mais por homens idiotas ou grosseiros pode até ser
pauta para os estudos de Freud, mas é focar apenas em casos raros que chamam a
atenção talvez porque mais próximos da nossa percepção.
Fico
por aqui lembrando as Marias, as Raimundas, as Helenas, as Genovevas e as
Genús, as Anas e as Paulas, e os nomes são tantos, mas podem também ser
chamadas de mães, donas de casas, esposas, tias, vovós, namoradas, professoras,
irmãs, enfim mulheres trabalhadoras – gênero que hoje soma a maioria entre o
Povo maranhense. E também entre o eleitorado brasileiro.
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