domingo, 29 de setembro de 2013

Água Benta

Um dos achados poéticos mais instigantes, a meu ver, foi esse do Djavan – sabe lá o que é morrer de sede em frente ao mar, sabe lá... Não só instigante. Também inspirador.

A CAEMA é uma empresa estadual constituída em regime constitucional anterior.

Mas hoje, pela nova ordem, (CF, Art.30,V), a prestação dos serviços de abastecimento de água e saneamento, dentre outros, é privativa dos Municípios.

Está por fora da nova ordem constitucional quem ainda acha que a CAEMA deve continuar sendo cobrada pela água que ela não consegue fazer jorrar das torneiras.

Esta cidade de São Luís, vetusta ilha do amor, sofre o drama da falta de água diariamente. São dezenas de bairros, por conseguinte centenas de milhares de pessoas, que ficam semanas sob o racionamento de água.

A cada dia parece aumentar o numero de caminhões pipa mostrando pela cidade que a falta de água se tornou um bom negócio que abastece fácil os bolsos de alguns, à custa da sede da grande maioria da população.



Não vamos perder tempo apontando as omissões e promiscuidades passadas, a irresponsabilidade de quantos não souberam negociar em favor do futuro os contratos decorrentes dos grandes negócios chamados também de investimentos, que então chegavam.

Interessa agora resolver o problema da água com solução de longo prazo, eu diria definitiva.

Resolver o problema da água só depende de vontade política, eis que será imprescindível envolver a população em busca da boa vontade dos políticos de todos os patamares de governo.

Onde vamos buscar a água? Claro que o Rio Itapecuru vai morrer, e não demorará, se não cuidarmos de salvá-lo reflorestando suas margens e desobstruindo seu leito desde a nascente.

Quando fui ingênuo candidato em 2006 achando que seria eleito Governador, me aconselhei com grandes cérebros das nossas Universidades e com gestores públicos de grande experiência.

Uma das nossas prioridades era a revitalização da nossa bacia hidroviária, uma das maiores do Brasil. Então, fui com o doutor Hilton Gonçalo, Prefeito de Santa Rita, ao local de captação de água para S. Luis.

Aquele Rio Itapecuru no qual, quando menino em Caxias, quase morri afogado, era ali um entanguido riacho que a garotada atravessa a pé com água no meio das canelas. Fizemos um filme de denuncia, mas não rodou na TV.

A população mundial vem crescendo numa proporção maior que a disponibilidade de água potável em todas as fontes do planeta. Desde o começo do ultimo século que a ciência busca e tem conseguido reduzir os custos da dessalinização da água do mar.

Estados Unidos, Chile, Grécia, Espanha, Grã Bretanha, Israel, dentre muitos, já recolhem nos oceanos a água de beber onde ela não flui potável para milhões de pessoas.

É questão de querer resolver. Não será da noite para o dia. Vai demandar algum trabalho, alguma arquitetura jurídica, algum investimento. E férrea vontade política. A tecnologia? A Petrobrás já domina há tempos.

Três usinas de dessalinização em torno da nossa Ilha dariam para produzir água potável para toda população por todo este século dos séculos. Amém.

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