sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ainda o Mensalão

Tarso Genro, 65, Governador do Rio Grande do Sul, ex – Presidente do PT e ex-Ministro da Justiça no 2º Governo Lula, em entrevista à Folha de S. Paulo, edição de hoje, ainda sobre o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal:

- O que houve foi que transitou por dentro da mídia um prejulgamento que incriminou todos os réus antes. Isso fez com que o Supremo buscasse fundamentar a condenação através de uma teoria que permitisse a condenação sem provas suficientes.
- A ampla condenação da maioria foi adequada. Um exemplo: Delúbio (Soares). Ele era réu confesso, é natural que fosse condenado. Eu me refiro às condenações de dirigentes do PT como Genoino e Dirceu. Independentemente das responsabilidades que tiveram de natureza politica, do ponto de vista criminal não ficou provado.
- O partido (PT) tem que se atualizar profundamente em relação aos métodos de direção, ao seu programa de governo. É o que defendemos para que o PT retorne às suas origens. Mas retorne sabendo que existe uma outra sociedade de classes hoje, que o projeto socialista concreto faliu.
- Nossa agenda não pode ficar a vida inteira explicando a ação penal 470 (o mensalão). E nem uma agenda que seja predominantemente de solidariedade aos companheiros condenados. Eles tem de ter a solidariedade devida em função de um julgamento sem provas, mas é uma agenda que o partido tem que esgotar. Quando falo que que nossa agenda não pode ser composta por um escritório de explicações quero dizer que já falamos o suficiente sobre isso. A ação penal, para nós, é historia agora.

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