quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Esquisito

Os partidos políticos que se apresentaram em oposição ao grupo dominante no Maranhão precisam se acertar em estratégias tendo em vista as eleições futuras e, tendo em vista, sobretudo, e acima de tudo, o futuro do Povo do Maranhão.

Soa esquisito que a mais contundente e, em tese, a mais promissora representação pedindo à Justiça Eleitoral a anulação do diploma da Senhora Roseana Sarney Murad por condutas vedadas, por abuso de poder político e por abuso de poder econômico nas ultimas eleições, não tenha sido apresentada por nenhum, mas nenhum mesmo, desses partidos políticos ostensivamente situados na oposição.

O pedido para anular o Diploma da atual Governadora invoca os mesmos argumentos legais e jurisprudência que serviram à época para a coligação da Senhora Roseana obter do TSE a anulação do diploma do então Governador Jackson Lago.

Se o TSE não renegar o precedente fixado com a cassação do Jackson, tirar a Senhora Roseana do cargo será uma questão de tempo. A petição inicial da atual temporada está robusta em argumentos e provas.

A esquisitice está em que a representação é de autoria individual, no caso apenas o Engenheiro Jose Reinaldo Tavares, e não da coligação pela qual ele concorreu às eleições para o Senado, no caso o PSB, o PC do B e o PPS, coligação esta que tendo concorrido também para o cargo de Governador e Vice mais legitimada, ainda mais legitimada, estaria para a postulação.

Oportuno lembrar que o Engenheiro Jose Reinaldo Tavares não é apenas um filiado ao PSB, mas seu principal cacique.

Nas questões de direito eleitoral, especialmente no TSE, há sempre alguém chegado a uma polêmica. E essa questão da legitimidade da parte, do interesse direto para agir, não obstante a incipiente jurisprudência favorável, pode dar em imbróglio ou em gastança de tempo. Na conclusão, em nada.

Resta lembrar que as coisas são as coisas, os fatos são os fatos, as atitudes são as atitudes. Não existem meias coisas, nem meios fatos, nem meias atitudes. Tudo ou é ou não é. Assim também ou temos partidos de oposição ou não temos partidos de oposição?


Um comentário:

Anônimo disse...

É isso sim Ministro Vidigal. Não temos partidos de oposição. Oposição, entendia minha avó - aquela mesma já falecida, sacou? - tem que ser algo visceral. Não pode mesmo ser "meia coisa". Tem que ser a coisa toda. E da forma que está sendo feita, parece ser "algo pessoal" do Zé Reinaldo contra a Governadora.
Entendo que essa divisão do PT zoneou a política maranhense. Mas, e o próprio PSB e o PDT? Onde fica a "honra ferida" do Jackson Lago?
Aí, infelizmente, a gente é obrigado a aceitar quando alguns dizem que "todos são crias do Sarney". Alguns são jabutis, que estão enganchados nos galhos e foram colocados por mãos de gente. Vão, certamente, esperar uma nova enchente.