terça-feira, 16 de março de 2010

Mulher, Mulheres

Primeiro, as mulheres!

Sim, porque sem elas nada acontece. Como poderíamos ter nascido? Nós homens somos exclusivos e completos dependentes delas.

E por isso mesmo, por conta dessa dependência absoluta, cada um de nós tem direito a, pelo menos, cinco mulheres.

Não uma de cada vez, mas todas ao mesmo tempo.

Aí o mulheril se assanha, erguendo os braços, e com o dedo indicador de cada mão em riste protesta sonoramente – não, não, falando bem alto só uma, só uma, e eu digo não, mostro os dedos da mão direita, cinco, cinco mulheres no mínimo e sem essa de uma de cada vez.

Consigo criar o tumulto que eu queria.

E insisto que cada homem, por ser dependente total das mulheres, tem direito, sim, a ter na vida pelo menos cinco mulheres, não uma de cada vez, mas todas cinco ao mesmo tempo, concomitantemente.

O frisson aumenta, eu insisto e elas nem me deixam explicar porque nós, homens, temos direito, cada um, a pelo menos cinco mulheres se misturando todo dia em nossas vidas.

Dou um tempo, peço calma e à medida que vou me explicando elas vão achando graça e muitas até já me ajudam na conta, e quando menos esperamos já passam de cinco as mulheres a que, insisto eu, temos direito todo dia em nossas vidas.

A primeira mulher, é claro, é a mãe. A ela se juntam, não necessariamente nessa ordem, a tia, a irmã, a avó, a namorada ou a esposa, a professora, a nora, a sogra, a cunhada e também aquela amiga de fé quase irmã camarada, e por aí vamos montando na realidade de cada um formidável elenco feminino.

Então, é às mulheres em especial a nossa primeira saudação.

Quem de nós, homem, consegue viver bem sem o apoio ou a cumplicidade de pelo menos duas ou três delas? A conta de cinco, no mínimo, é bem melhor.

Quando saímos à luta no mundo lá fora, depois da porta da rua, e quando voltamos esfaimados é no afeto delas que vamos em conforto de alma nos reencontrar.

E a professora misto de mãe e de namorada oculta cuja ternura nos impregna no tempo como tatuagem invisível marcada na memória?

Uma vez passando férias com minha avó em São Domingos chegou a noite sobre as casas turvando as ruas e eu nada de chegar.

Estava eu naquela do poema do Fernando Pessoa de serões de meia província, de me amarem e eu ser menino.

Minha avó Isabel notou que eu chegara um tanto mais alegre, um pouco diferente, achou muita graça e disse vou rezar para que não pegues uma doença. A reza valeu, naquela primeira vez nenhuma doença do mundo me pegou. Valeu,valeu, dona Cleópatra.

A mãe tem aquilo de querer tudo certinho, cada coisa a seu tempo, em seu lugar. Se der errado ela reprova, mas não falta nunca com o apoio em público, nem em particular. Só a mãe consegue ser inteiramente, o tempo todo, cegueira e amor total.

A avó, não. Em se tratando de amor é isso tudo, mas é também a grande cúmplice, uma doce cúmplice, que nem a irmã e a tia. Porém, um pouco mais.

O homem criado na mistura dessas mulheres quando alcança a porta da rua para todo o sempre consegue ganhar o mundo de uma maneira muito mais inspiradora, mais irradiante, mais confiante, mais corajosa e mais criativa.

Isto porque as cinco mulheres que, no mínimo ainda estão em sua vida, o terão ensinado a compreender o mundo com uma visão mais humana e mais solidária, inclusive também na respeitosa relação com os outros.

Todo dia, gente, é Dia da Mulher! Dia Internacional da Mulher!

Um comentário:

Anônimo disse...

É, é isso aí. Alguns já não tem as cinco. Tem apenas duas ou três. Mas elas existem sim, e são de grande importância. A vida inteira, são muito importantes.
Quero aproveitar para, através de ti, Edson, parabenisar Dona Eurídice. Abraços.